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Ataques no Iémen: "Não é um alastrar da guerra Israel-Hamas, é uma ação defensiva para evitar isso"

O comentador SIC Germano Almeida considera que as "ações defensivas" dos EUA e Reino Unido contra o Iémen têm um enquadramento "perfeitamente sustentável à luz do direito internacional”.

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Uma coligação liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido retaliou a 12 de janeiro depois de vários ataques contra navios no Mar Vermelho pelos Houthis – um grupo rebelde apoiado pelo Irão que controla grande parte do Iémen - em “solidariedade” com os palestinianos de Gaza.

O comentador SIC Germano Almeida considera que estes ataques ao Iémen foram devidamente justificados e enquadrados por Biden e por Sunak, “perfeitamente sustentável à luz do direito internacional”.

“Britânicos e americanos não consideram ataques, são ‘ações defensivas', 'retaliações’ na sequência de 27 ataques, isso sim, dos Houthis a navios de várias bandeiras, de mais de 50 países, mais de 20 tripulações que foram atacadas desde 19 de novembro”.

Para Germano Almeida, os ataques a navios sã “prova que os Houthis do Iémen, que são proxys do Irão, estão a aproveitar a situação da guerra de Israel com o Hamas para alargar a instabilidade na zona”.

O que aconteceu nesta madrugada não é um alastrar da guerra Israel-Hamas, mas é uma ação defensiva para evitar um alastramento ainda maior e é um aproveitamento do perturbador continental Irão

O alinhamento das potências autocráticas

Na análise às reações aos ataques dos EUA e Reino Unido, Germano Almeida salienta que a Rússia, ao considerar ilegítima essa ação, está do lado dos rebeldes Houthis, de quem ataca navios internacionais e não de quem faz algo para os travar.

Isso tem a ver com aquilo que o alinhamento das potências autocráticas.

“Nas duas guerras que estão a decorrer - invasão russa da Ucrânia e a guerra no Médio Oriente - Irão, Rússia e Coreia do Norte (porque está a armar as duas guerras) têm interesses comuns”.

Houthis prometem manter ataques

O porta-voz militar dos Houthis, Yahya Sarea, disse numa declaração transmitida pela televisão, em Sana, que os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram um total de 73 ataques que mataram cinco membros e feriram outros seis e que vão continuar a atacar navios.

“Tudo indica que isso já aconteceu nas últimas horas, com bombardeamentos a navios americanos e britânicos na região, embora devidamente protegidos e defendidos”.

Esta ação de ontem foi assumida por Estados Unidos, Reino Unido, embora outros países, como a Austrália, Bahrein, Canadá ou Países Baixos participaram também, pelo menos ao nível das informações. Outros países como Dinamarca e Alemanha juntaram-se “a essa necessidade de que isto fosse uma ação para assegurar a estabilidade da região e a segurança do comércio Internacional”.

Consequências das ações desta madrugada

Os preços do petróleo nas últimas horas subiu à volta de 2,5 %, “o que não é muito tendo em conta o que se pode passar se as coisas continuarem a evoluir e se os Houthis continuarem a poder atacar”.

Analistas internacionais na área dos mercados apontam para uma situação ainda pior do que o choque petrolífero da década de 70 porque cerca de 12% do petróleo mundial passa só naquele estreito Bab al-Mandab.