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Israel considera "positivo" ataque dos EUA e do Reino Unido às posições dos Houthis

Para Telavive, a decisão de atacar as posições Houthis mostra que se está a criar uma coligação internacional em defesa da livre circulação no estreito de Bab al-Mandab. Os Houthis, por outro lado, convocaram manifestações em massa contra os bombardeamentos.

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Os Estados Unidos estão empenhados em acabar com as ameaças dos Houthis no estreito de Bab al-Mandab. Em Israel, a decisão dos EUA e do Reino Unido de atacar as posições dos Houthis é vista como uma "decisão positiva", uma vez que está a criar uma coligação internacional em defesa da livre circulação.

"Há uma decisão muito clara, por parte dos EUA, de tentar pôr fim às ameaças dos Houthis no estreito de Bab al-Mandab - um estreito de aproximadamente 30 quilómetros, por onde passa 10% do comércio mundial. É chave para a comunidade internacional que haja uma liberdade de movimento [nesse estreito]", explica Henrique Cymerman, correspondente da SIC Notícias no Médio Oriente

O jornalista refere ainda que os ataques dos Houthis não se limitam ao estreito de Bab al-Mandab, tendo havido ataques na cidade de Éilat, no sul de Israel. Afirma que "há quem diga" que os ataques resultam de "ordens do Irão".

"Os Houthis já atacaram Israel, sobretudo a cidade de Éilat, no sul, com vários mísseis balísticos de longo alcance. No fundo, Israel está mais próximo do Irão, que é quem tem o seu proxy no Iémen, do que do Iémen. Estamos a falar de quase 2.000km de distância. [Os Houthis], desde 7 de outubro, desde o massacre do Hamas, lançaram várias vezes mísseis sobre a cidade", afirma Cymerman.


Houthis convocam manifestações contra bombardeamentos dos EUA e Reino Unido

Os rebeldes Houthis do Iémen, apoiados pelo Irão, convocaram esta sexta-feira manifestações em massa nas zonas sob o seu controlo, para protestar contra os bombardeamentos dos Estados Unidos e do Reino Unido em várias posições militares no país árabe.

Os apelos aos protestos foram transmitidos pela televisão Al Masirah, porta-voz dos insurgentes, e pelos altifalantes das mesquitas da capital, Sanaã, e de outras províncias iemenitas, segundo a agência espanhola EFE.

Em Sanaã, a manifestação deverá reunir dezenas de milhares de pessoas durante a tarde na Praça Sabeen, onde decorrem os desfiles militares Houthis, enquanto as cidades de Al Hudeidah, Hajjah, Saada, Al Yauf, Amran, Dhamar e Al Dhalea, entre outras, serão também palco de protestos.

Estas manifestações foram convocadas sob o lema "Batalha da Conquista Prometida e da Santa Jihad", nome dado pelos Houthis às suas operações contra navios mercantes no Mar Vermelho, ações de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos, o Reino Unido e oito outros países afirmaram na quinta-feira que a ação militar contra alvos dos rebeldes Houthis em várias províncias iemenitas demonstra um compromisso conjunto com a liberdade de navegação.

Numa declaração conjunta, os 10 signatários (EUA, Reino Unido, Austrália, Barein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e Coreia) afirmaram que o seu objetivo continua a ser "reduzir as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho".

Após o bombardeamento do Iémen, os Houthis, apoiados pelo Irão, avisaram que vão continuar a atacar navios comerciais no Mar Vermelho e declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e o Reino Unido, ao mesmo tempo que afirmam ter lançado um ataque contra os navios militares desses países no Mar Vermelho.