Mundo

Análise

"A Rússia está a mobilizar 30.000 homens por por mês, isto é muito significativo"

De acordo com o jornalista Ricardo Alexandre, "a soberania ucraniana poderá sofrer um golpe irreparável", tendo em conta a organização e os avanços militares russos. O Presidente ucraniano está em Devos a tenta mobilizar mais ajuda internacional e cimentar alianças.

Volodymyr Zelesnky e o Presidente da Polónia, Andrzej Duda
Loading...

Na Edição da Manhã, o jornalista da TSF Ricardo Alexandre comentou as palavras do Presidente ucraniano no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, mas sobretudo as consequentes ameaças de Vladimir Putin, que esta terça-feira avisou a Ucrânia de que esta pode sofrer danos irreparáveis se a guerra continuar.

“Se ainda que não haja no terreno progressos significativos da contra ofensiva, tal como foi pensado um ao ponto a que as expectativas foram criadas falharam. A Ucrânia está nesta altura mais na defensiva do que na ofensiva e os os dados estão nesta altura mais a favor do lado russo, claramente”, afirma.

Segundo o jornalista e comentador SIC, a capacidade russa terá aumentado nos últimos tempos devido a um “esforço contínuo de mobilização".

“Aparentemente a Rússia está a mobilizar 30.000 homens por por mês, isto é muito significativo e uma capacidade de mobilização que a Ucrânia não tem nem de longe nem de perto. Ao mesmo tempo, a essa capacidade também pode refletir que há muitas baixas no terreno e que a necessidade de rotação de de tropas”, acrescenta.

Ricardo Alexandre considera que uma desorganização por parte da Ucrânia, no que se refere à proteção das trincheiras e da retaguarda na frente de batalha, aliada a uma intenção de avançar e recuperar terrenos perdidos, permitiu que a Rússia tivesse tempo para preparar as defesas.

“Há relatos de novos bombardeamentos em Kharkiv, sendo nesta altura o poderio militar russo superior ao ucraniano”, acrescenta.

Quais os próximos passos? Aguardar ajuda militar

“Para já, a Ucrânia deve esperar a concretização dos anúncios de ajuda ocidental, seja a questão mais premente, a questão do acordo entre Democratas e Republicanos no Congresso dos Estados Unidos. […] A Alemanha disse que unilateralmente vai conceder assistência em matéria de segurança, ou seja, militar no valor de 7000 milhões de euros”, afirma o jornalista.

Também a Presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, "disse ontem também em Davos, que, independentemente da Hungria, a União Europeia vai aprovar um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 50.000 milhões de euros”.

“No fundo, os países ocidentais e concretamente os europeus devem passar à fase seguinte. A ajuda, em termos de de retórica e de narrativa, tem estado a correta com aquilo que são as as os objetivos políticos da União Europeia. Militarmente, as coisas não foram concretizadas, como como Ucrânia espera e como era como era suposto”, explica.