Marcos Farias Ferreira, professor de Relações Internacionais, analisa a nova declaração de Netanyahu sobre a possibilidade de um Estado da Palestina independente. A sua oposição confirma a “estratégia de sobrevivência” de Israel neste conflito que continua a escalar para outras regiões.
Os Estados Unidos baseiam o seu apoio a Israel na garantia de uma a criação do Estado da Palestina independente, no entanto esta quinta-feira o primeiro-ministro israelita opô-se a essa solução.
Para Marcos Farias Ferreira, esta posição de Benjamin Netanyahu é “embaraçosa”.
“É um grande embaraço para a política externa dos EUA, que tem justificado o seu apoio a Israel em contrapartida da criação do Estado da Palestina. Não é dificil compreender estas declrações do primeiro-ministro israelita, estão em linha com a prática no terreno nos últimos 50 anos", confirma o professor.
Os países árabes, a UE e a ONU defendem a criação de dois estados, já votaram várias resoluções nesse sentido. Porém, Israel permanece “contra tudo e todos”.
“Isto leva-nos a questionar todas as posições que têm sido postas em prática em nome dos interesses de Israel. As declarações não são surpreendentes, mas consequentes com as políticas de Israel. Escandaliza-me que dirigentes norte.americanos e europeus se apressem a ir a Israel apoiar o governo incondicionalmente sabendo que esta era política do Governo de Netanyahu”, esclarece Marcos Farias Ferreira.
Para o professor de relações internacionais, esta é uma “estratégia de sobrevivência”, que só é possível se “arrastar a região para um conflito maior”.
“A situação explosiva na Cisjordânia mostra bem que o objetivo de Israel não é só a Faixa de Gaza, mostra que a equipa de biden estava consciente deste risco quando enviou para o mediterrâneo a sua frota. A escalada do conflito tem acontecido e está a provocar ataques e contra-ataques”, conclui Farias Ferreira.
Os Estados Unidos instaram Israel a reduzir a escala e a intensidade da sua ofensiva a Gaza e sustentaram que a criação de um Estado palestiniano deveria fazer parte do "dia seguinte".
Situação no Mar Vermelho
Os Estados Unidos voltaram a atacar posições dos Houthis, alegam que são ataques em autodefesa e pela segurança do comércio internacional.
Os Houthis fizeram, no Mar Vermelho, quase 30 ataques desde 19 de novembro e que levaram à ação dos Estados Unidos e do Reino Unido.