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Polícia Federal brasileira suspeita que filhos de Bolsonaro foram favorecidos por secretas

Segundo um juiz do Supremo Tribunal Federal, policiais teriam tentado beneficiar Renan Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, que negou qualquer tipo de favorecimento e atribuiu as acusações a uma tentativa de criar "falsas narrativas".

Flávio Bolsonaro e o pai, Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro e o pai, Jair Bolsonaro
Anadolu

A Polícia Federal (PF) brasileira suspeita que as secretas favoreceram os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro no âmbito de uma investigação sobre espionagem ilegal de autoridades públicas, disse esta quinta-feira um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Segundo a PF, a organização criminosa era dividida em núcleos distintos formados, principalmente, por policiais federais com atuação na Agência Brasileira de Inteligência (Abin)" durante a chefia do ex-diretor e atual deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou a agência no Governo de Bolsonaro, indicou o juiz Alexandre de Moraes, do (STF), justificando que atendeu ao pedido da Polícia Federal e autorizou a busca e apreensão contra 12 investigados.

"Sob sua direção, os policiais teriam, inclusive, tentado beneficiar Renan Bolsonaro, em investigação a que responde por tráfico de influência, e o senador Flávio Bolsonaro, com a confeção de relatórios para subsidiar sua defesa no caso das 'rachadinhas'", que na prática é o desvio de salários de assessores, acrescentou o juiz.

Em declarações à Globonews, Flávio Bolsonaro negou qualquer tipo de favorecimento por parte da Abin e atribuiu as acusações a uma tentativa de criar "falsas narrativas" para manchar o nome Bolsonaro.

O magistrado determinou o afastamento provisório dos agentes investigados, mas, apesar do pedido do Ministério Público, recusou autorizar a suspensão provisória do mandato de deputado de Ramagem.

A Polícia Federal do Brasil realizou esta quinta-feira buscas no âmbito de uma investigação sobre espionagem ilegal de autoridades públicas que terá ocorrido durante o Governo do ex-Presidente Jair Bolsonaro.

Investigados podem responder por três crimes

Em comunicado, a autoridade policial informou que realiza desde o início da manhã a Operação Vigilância Aproximada para "investigar a organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorizar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial".

As diligências de busca e apreensão ocorrem nas cidades de Brasília, Juiz de Fora, São João Del Rei e Rio de Janeiro. A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e intercetação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados pela lei.