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Smartphones proibidos até aos 16 anos? Proposta discutida no Reino Unido

Membro do Parlamento inglês fez referência, na Casa dos Comuns, ao caso de jovem de 14 anos que se suicidou e que terá sido vítima de bullying online, colocando a questão sobre o precoce acesso a redes sociais por parte de menores.

Smartphones proibidos até aos 16 anos? Proposta discutida no Reino Unido
GABRIEL BOUYS

Miriam Cates, atual membro do Parlamento do Reino Unido e antiga professora, apresentou a proposta ao primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, na passada quarta-feira.

Segundo a Sky News, Miriam Cates realça um crescimento relevante na falta de saúde mental entre os jovens desde 2010, afirmando que "é tempo de considerar banir as redes sociais e até mesmo os smartphones para menores de 16".

Danny Lawson - PA Images

A parlamentar mencionou o caso de Mia Janin, uma menina de 14 anos vítima de bullying que se suicidou. O pai, Mariano Janin, acredita que a filha sofria de bullying online por parte de outros alunos da Jewish Free School, em Kenton (Londres), onde frequentava o 10.º ano.

Uma colega de escola disse no inquérito sobre a morte que um vídeo que Mia publicou no TikTok foi partilhado num grupo do Snapchat por alunos da escola, que gozaram com ela.

"Desde 2010, nos países de língua inglesa, tem-se verificado um aumento significativo de pouca saúde mental entre os jovens, tentativas de suicídio e crianças viciadas em pornografia. O Reino Unido tem a forte tradição de legislação para a proteção de crianças de ameaças sérias à sua segurança e bem-estar. Não acham que estava na hora de considerar banir as redes sociais e talvez também os smartphones para menores de 16 anos?" questionou Cates.

O primeiro-ministro afirmou que Cates está "completamente certa em realçar o impacto do online nas nossas crianças".

“E é por isso que a Lei de Segurança Online abrange tanto a atividade criminal online, como protege as crianças de conteúdo perigoso e inapropriado, como o bullying ou a promoção da automutilação, e no acesso a pornografia e exposição a distúrbios alimentares”, explicou o Rishi Sunak. “A Ofcom (entidade de regulação da comunicação social no Reino Unido) está a desenvolver guias e códigos de práticas em como essas plataformas cumprirão os seus deveres e, se não mudarem de atitude, a Ofcom poderá aplicar multas de mais de 10% da faturação das redes sociais”, disse.

THOMAS PETER