Durante seis anos, uma mulher de São Bernardo do Campo, nos arredores de São Paulo, tratou um cancro que não existia, tendo sido submetida a um tratamento de quimioterapia "pesado e doloroso", com uso de medicamento que trouxe "inúmeras consequências negativas".
As conclusões são do Tribunal de Justiça de São Paulo, que condenou a Amico Saúde a pagar 200.000 reais - cerca de 40.000 euros - à vítima, segundo o Metrópoles.
Tudo começou em outubro de 2010, quando a mulher foi diagnosticada com cancro na mama direita e submetida a uma masectomia. No ano seguinte, recebeu a informação de que também tinha metástase óssea e deu início à quimioterapia.
O erro só foi percebido seis anos depois, quando, já numa outra clínica, outro médico desconfiou da veracidade do diagnostico inicial.
“A paciente foi levada ao sofrimento”
Durante esse período, a mulher teve "inúmeras consequências negativas", tanto psicológicas como físicas.
"Cada sessão de quimioterapia era um verdadeiro tormento porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais, tais como desgaste ósseo e cansaço intenso", disse a defesa da vítima.
"A paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado, impondo-se o dever de reparação por danos morais e materiais, destacando que foi comprovada a perda de massa óssea, de mobilidade e de dentição pela paciente", destacou o desembargador Edson Luiz de Queiroz, na decisão que condenou a Amico Saúde.