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Reforma laboral proposta por Javier Milei declarada inconstitucional pelo tribunal de recurso

O tribunal considerou que os artigos são contrários às disposições da Constituição nacional da Argentina relativas aos poderes do executivo para emitir decretos.

Reforma laboral proposta por Javier Milei declarada inconstitucional pelo tribunal de recurso
Natacha Pisarenko / AP

Um tribunal de recurso da Argentina declarou, esta terça-feira, inválida uma reforma laboral incluída pelo Presidente, Javier Milei, num decreto de necessidade e urgência que assinou em dezembro, poucos dias após tomar posse, e que é rejeitado pelos sindicatos.

A Câmara Nacional de Recursos do Trabalho declarou "constitucionalmente inválidos" os artigos referentes às questões laborais do decreto de necessidade e urgência (DNU) assinado por Milei em 20 de dezembro, 10 dias após assumir a presidência.

Na decisão, citada pela agência noticiosa Efe, o tribunal considerou que os artigos são contrários às disposições da Constituição nacional da Argentina relativas aos poderes do executivo para emitir decretos.

No entanto, o tribunal esclareceu que os artigos sobre matéria laboral do decreto terão validade formal caso o parlamento argentino os ratifique dentro do período das sessões extraordinárias em curso, "ou a sua validade cessará de pleno direito por força da lei".

A decisão judicial responde a um recurso de proteção contra a reforma apresentado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), o maior sindicato do país, que realizou uma greve geral em 24 de janeiro e cujos dirigentes atuam principalmente na oposição peronista.

No que diz respeito ao trabalho, o decreto inclui alterações nos julgamentos laborais, a prorrogação dos períodos de estágio nas empresas e a redução das licenças por gravidez, entre outras medidas.

Além disso, a reforma laboral também inclui uma redução nas contribuições para a reforma, nas indemnizações e nas multas por mau registo dos trabalhadores.

Este é um novo revés para o Presidente argentino nas vésperas do debate, no Congresso, da lei de "bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos", conhecido como 'lei omnibus', promovida pelo executivo, que foi reduzida a pouco mais de 300 artigos dos 664 iniciais após conversas com blocos políticos em busca de apoio.