Há relatos de tensão entre Volodymyr Zelensky e o comandante chefe das forças armadas ucranianas, Valerii Zaluzhnyi.
Uma fonte relatou ao The Guardian que o Presidente ucraniano terá pedido a demissão de Valerii Zaluzhnyi na segunda-feira, por causa do falhanço da contraofensiva, mas o general terá recusado.
O comentador da SIC considera que esta questão ultrapassa a questão operacional da contraofensiva ucraniana.
“Por um lado, Zelensky tentou encontrar alguém para culpar perante os parceiros internacionais que começaram a retirar financiamento ou a dizer que a Ucrânia não poderia atingir todos os seus objetivos conforme o seu plano”.
Por outro lado, há a questão da sondagem sobre eleições "que foi comissionada provavelmente pelo gabinete de Zelensky, que Zelensky diz que nunca viu”.
“Uma sondagem que dizia que o comandante Zaluzhnyi, pela sua popularidade entre a população em geral e em particular entre os militares, que teria chances de ganhar e que, na verdade, ele conseguia batê-lo por apenas um ponto e apenas numa segunda volta”.
E isso significa que “Zelensky entende Zaluzhnyi como um potencial rival”.
“Zelensky está sob pressão de ter eleições neste momento, ainda não fez porque está sob a lei marcial durante a guerra, mas queria organizar eleições e tem medo de o fazer se Zaluzhnyi avançar, porque pode perder o poder”.
O chefe do Hamas “vai fazer uma viagem bastante arriscada”, “estará a levar o acordo de facto a sério”
O chefe do Hamas está a caminho do Cairo para discutir novo cessar-fogo que poderá ter três fases: libertação de civis, soldados e corpos.
“Isto mostra bem que, depois de relatórios iniciais de que o acordo seria rejeitado por parte do Hamas, o que nós vemos é que o Hamas continua a ter uma gestão bastante acéfala, ou seja, tem uma ala política, uma ala militar, tem uma ala fora de Gaza e uma ala em Gaza, e elas nem sempre estão de acordo”.
Daniel Pinéu diz que “a ala política que reside fora de Gaza e que reside fora da Palestina, está a levar o acordo de facto a sério, está a responder bastante bem a pressão de todos os atores, mas em particular do Qatar, para que haja acordo”.
O chefe do Hamas “vai fazer uma viagem bastante arriscada, tendo em conta o que as ações do Governo de Israel para eliminar a liderança do Hamas com tentativas de assassinato, de ir até ao Cairo, onde já outras pessoas foram assassinadas anteriormente”.
Daniel Pinéu sublinha que este não é um acordo de cessar-fogo, "é um acordo para ter um acordo, ou seja, é um acordo de princípios para depois se avançar para negociações, para um acordo real. E ainda faltam muitos detalhes e seja da parte do Hamas, seja da parte do Governo Israelita”.
“As coisas ainda estão muito no ar, mas são boas notícias para os civis palestinianos, se houver nem que seja uma pausa humanitária um cessar-fogo temporário de algumas semanas, isso já seria muito importante”.