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Médio Oriente: visita de Blinken “decorre da possível libertação de reféns a troco de uma pausa na guerra”

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está a começar um novo périplo ao Médio Oriente, pela quinta vez desde o início da guerra Israel-Hamas. É um dos temas em destaque na análise de Germano Almeida.

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Os Estados Unidos voltaram a atacar alvos dos Houthis no Iémen. Foram destruídos cinco mísseis que estariam preparados para serem lançados contra navios no Mar Vermelho. O comando norte-americano para o Médio Oriente fala em autodefesa. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está a começar um novo périplo na região, pela quinta vez desde o início da guerra Israel-Hamas. Estes são os temas em destaque na análise à atualidade internacional de Germano Almeida.

Sobre os objetivos da visita de Antony Blinken ao Médio Oriente, o comentador da SIC mostra-se otimista e explica que esta deslocação "decorre da forma como está a ser negociado uma possível libertação de reféns a troco de uma pausa nas operações de guerra e que poderá ser até bastante alargada".

O ponto forte será, assim, uma trégua em relação à qual Hamas e Israel parecem mostrar concordância, mas Germano Almeida dá contra de outro objetivo importante na visita de Blinken e que tem a ver com a questão da ajuda humanitária.

"Claramente a Administração Biden está a aumentar a pressão junto do Governo de Netanyahu para aumentar essa possibilidade e que ela seja mais durável.

Destacava também, um outro ponto. Tal como nos outros périplos, a viagem vai passar por Israel, mas desta vez não começa lá. Vai passar pelo Egito, pela Cisjordânia, a pela Jordânia, e pela Arábia Saudita e vai começar na Arábia Saudita e esse é um ponto mais de relevar", sublinha.

Para o comentador da SIC, a Arábia Saudita tem tido um papel relevante, em especial desde a Cimeira de Davos, pelo facto de "admitir a existência do Estado de Israel, a troco de Israel assumir a possibilidade de dois Estados". É um país que está igualmente preocupado com a influência do Irão na região e, de acordo com a Administração Biden, pode "ser um aliado fundamental para o caminho de travagem desse problema".

Durante o fim de semana os Estados Unidos e o Reino Unido atingiram 36 alvos do grupo rebelde Houthis, numa ação conjunta. Os ataques aconteceram depois do bombardeamento a posições de grupos pró-iranianos, no Iraque e na Síria.

Sobre este aspeto, Germano Almeida destaca que "a chave é Blinken integrar neste périplo as ações que os americanos estão a fazer contra esses proxys iranianos dentro da necessidade que é comum com os países árabes, com quem estão a tentar a ligação com Israel".

Neste sentido, os EUA pretende realçar o interesse comum para chegar a "uma solução de pacificação. Cada vez mais é visão não só dos americanos e britânicos, mas também desses países, que os proxys iranianos não estão a contribuir para essa ação".

A Arábia Saudita estará do lado da posição americana para contribuir para a pacificação.

Germano Almeida realça ainda o impacto global da situação no Mar Vermelho, que afeta também muito a União Europeia e a China, mas para a qual só os Estados Unidos e o Reino Unido estão a tomar posição.