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Em Rafah, a dificuldade em encontrar bens alimentares básicos é cada vez maior

A fila aumenta todos os dias em proporção com a fome, que alastra sobretudo no mar de tendas onde milhares de deslocados tentam manter-se à tona. Para a esmagadora maioria, esta é a única porção de comida diária.

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O secretário-geral das Nações Unidas diz esperar que as negociações com vista à libertação dos reféns evitem uma incursão terrestre israelita em Rafah, no sul de Gaza. António Guterres diz que a ofensiva teria efeitos devastadores para os deslocados, que deixaram de ter para onde fugir.

130 dias e quase 30 mil mortos depois do início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, com 90 por cento da população deslocada e faminta e um território devastado, a comunidade internacional teme que o pior ainda esteja por vir.

A perspetiva de uma incursão terrestre na cidade abrigo de Rafah, que em quatro meses multiplicou por cinco a população e agora acolhe mais de um milhão e meio de refugiados, tem motivado apelos à contenção que o Governo de Telavive, por enquanto, está a ignorar.

Enquanto no Cairo são retomadas as negociações com vista a um acordo que permita a libertação dos reféns e uma trégua de seis semanas, em Rafah, muitos deslocados voltam a deslocar-se.

Em Rafah, a situação já é crítica. A fila aumenta todos os dias em proporção com a fome, que alastra sobretudo no mar de tendas onde milhares de deslocados tentam manter-se à tona. Para a esmagadora maioria, esta é a única porção de comida diária. A dificuldade em encontrar bens alimentares básicos como farinha, está a levar cada vez mais pessoas a comer pão feito com rações para animais.

António Guterres diz que com a ordem pública em colapso e uma crescente dificuldade de distribuição de ajuda humanitária. A população de Gaza está duplamente ameaçada: pela fome e pela possibilidade de uma ofensiva terrestre.