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Falta de apoio dos EUA pode deixar exército da Ucrânia sem munições

A Casa Branca fez um apelo ao Congresso dos EUA para aprovar o pacote de ajuda à Ucrânia. conselheiro de segurança nacional de Joe Biden sublinha que, sem munições, os ucranianos "encontrar-se-ão numa posição mais fraca".

Falta de apoio dos EUA pode deixar exército da Ucrânia sem munições
THOMAS PETER

O conselheiro de segurança nacional do Presidente norte-americano Joe Biden alertou esta quinta-feira que o Exército ucraniano está cada vez mais a racionar munições ou a ficar mesmo sem projéteis na frente de combate.

"A cada dia que passa, o custo da inação dos EUA aumenta para os corajosos ucranianos na linha da frente", realçou Jake Sullivan, apelando ao Congresso dos EUA para aprovar rapidamente um novo pacote de ajuda para a Ucrânia.

Os ucranianos "encontrar-se-ão numa posição mais fraca se não receberem as munições, os sistemas de defesa aérea e outros equipamentos de que necessitam", acrescentou.

O novo comandante das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky, considerou esta quinta-feira que a situação no campo de batalha é "extremamente complexa", após uma primeira visita à frente de combate, com a Ucrânia sem homens e armas face ao invasor russo.

O líder republicano da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) recusou-se na terça-feira a submeter a votação um projeto de lei de ajuda americana à Ucrânia que acabava de ser aprovado pelo Senado (câmara alta).

Sem a adoção de um novo envelope, que prevê 95 mil milhões de dólares (88,5 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), incluindo 60 mil milhões de dólares (56 mil milhões de euros) para a Ucrânia, 14 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) para Israel, bem como fundos para Taiwan, a ajuda norte-americana ao Exército ucraniano, interrompida desde o final de dezembro, não será retomada.

Este bloqueio, para além da discussão parlamentar, resulta de um impasse entre o Presidente norte-americano Joe Biden e o seu antecessor republicano Donald Trump, ambos candidatos às eleições presidenciais de novembro.

"Eu digo aos republicanos da Câmara: vocês devem escolher. Vocês defenderão a liberdade ou ficarão do lado do terror e da tirania?", questionou Joe Biden na terça-feira, referindo-se à influência do seu rival sobre os congressistas conversadores.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.