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Ministro da Defesa de Israel revela "planeamento minucioso" de ofensiva contra Rafah

Estima-se que 1,4 milhões de palestinianos, mais de metade da população de Gaza, estejam em Rafah, a maioria dos quais são deslocados devido aos combates noutras zonas do território, estando centenas de milhares de pessoas em extensos acampamentos.

Ministro da Defesa de Israel revela "planeamento minucioso" de ofensiva contra Rafah
Abir Sultan / AP

O ministro israelita da Defesa revelou, esta sexta-feira, o "planeamento minucioso" de uma ofensiva militar contra Rafah, indicando o avanço da operação apesar das preocupações internacionais sobre a segurança de centenas de milhares de palestinos naquela cidade de Gaza.

Aos jornalistas o ministro Yoav Gallant indicou as pesadas perdas infligidas ao grupo islamita palestiniano Hamas e que Rafah é "o próximo centro de gravidade" que Israel pretende atingir.

"Estamos a planear minuciosamente as futuras operações em Rafah, que é um reduto significativo do Hamas", segundo o ministro, que se escusou a avançar datas, embora Israel já tenha dito que irá primeiro desenvolver um plano para retirar os civis.

Estima-se que 1,4 milhões de palestinianos, mais de metade da população de Gaza, estejam em Rafah, a maioria dos quais são deslocados devido aos combates noutras zonas do território, estando centenas de milhares de pessoas em extensos acampamentos.

O presidente norte-americano, Joe Biden, tinha instado Israel a não realizar a operação sem um plano "credível" para proteger os civis e, em vez disso, concentrar-se num cessar-fogo, enquanto o Egito considerou que a operação poderia ameaçar as relações diplomáticas entre os países, além das mensagens de outros responsáveis.

Gallant recusou que haja um plano para retirar palestinianos para o Egito, como têm advogado alguns radicais.

"O Estado de Israel não tem intenção de deslocar civis palestinos para o Egito. Respeitamos e valorizamos o nosso acordo de paz com o Egito, que é uma pedra angular da estabilidade na região, bem como um parceiro importante", afirmou.

Porém, novas fotos de satélite mostram que as autoridades egípcias estão a construir um muro e a nivelar terrenos perto da fronteira com Gaza. As autoridades egípcias não responderam aos pedidos de comentários, segundo escreve a AP.

Sobre a ação contra o complexo do hospital Nasser, Gallant disse que 70 supostos militantes foram ali presos, incluindo 20 que presumivelmente participaram no ataque de 7 de outubro.

Segundo a AP, a agência não comentou as últimas acusações de Gallant, mas disse que fornece regularmente os nomes dos seus trabalhadores a Israel e toma medidas contra qualquer pessoa que viole as regras de neutralidade da ONU.