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Sindicatos israelitas exigem que Netanyahu convoque eleições e assuma a responsabilidade

O líder sindical israelita sugeriu que novas eleições fossem realizadas em dezembro, estimando que o conflito com o Hamas já tenha terminado nessa altura.

Sindicatos israelitas exigem que Netanyahu convoque eleições e assuma a responsabilidade
Abir Sultan

O líder da federação de sindicatos israelita Histadrut instou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a convocar eleições e assumir responsabilidade por não ter evitado o ataque do Hamas em outubro, e admitiu a possibilidade de uma greve geral.

"Levou-nos ao limite, um lugar onde não deveríamos ter estado. Estamos num beco sem saída e só há uma saída: eleições", afirmou o líder da Histadrut, Arnon Bar-David.

O líder sindical sugeriu que novas eleições fossem realizadas em dezembro, quando estima que a guerra contra o Hamas terá terminado.

"Seria um erro realizar eleições agora, quando a guerra continua", mas "o país não pode continuar assim, o Estado de Israel precisa de um reinício. Todos querem algo novo, que novas pessoas entrem na política", explicou, alertando que poderá juntar-se aos crescentes protestos contra o Governo que eclodem no país.

"Talvez tenhamos que sair à rua. Espero que não seja necessário", prosseguiu.

Netanyahu recusa renunciar ao cargo

No entanto, o primeiro-ministro israelita recusou categoricamente renunciar ao seu cargo, durante uma conferência de imprensa.

"A última coisa de que precisamos agora são eleições", porque isso dividiria os israelitas e daria vantagens ao Hamas, disse Netanyahu, elogiando o seu desempenho desde o início da guerra: "Estamos a desmantelar a infraestrutura subterrânea do Hamas, recuperámos mais de metade dos reféns e traremos o resto".

"Este não é o momento para política", sublinhou, pedindo aos israelitas que "esperassem pacientemente".

Por seu lado, o partido Likud de Netanyahu emitiu um comunicado no qual considerava "vergonhoso que no meio desta guerra, enquanto a nação clama por unidade, o presidente da Histadrut, Arnon Ben-David, tenha decidido envolver-se em políticas mesquinhas que dividem a nação e enfraquecem o esforço de guerra".