O Hamas diz que tem sido flexível para chegar a um acordo de cessar-fogo, mas que Israel tem-se mostrado intransigente às exigências do grupo. Ao mesmo tempo que prossegue a ofensiva, aumenta a pressão internacional para uma nova pausa para que seja possível a entrada de mais ajuda humanitária.
Com muito pouco a chegar a Gaza, a distribuição de ajuda no enclave entrou em colapso. Em Rafah, as filas para conseguir um prato de sopa aumentam todos os dias em proporção com a fome.
A OMS relata níveis de desnutrição sem precedentes em Gaza, pelo menos 18 pessoas já terão morrido devido à falta de comida e de água.
A escassez de medicamentos, de combustível e eletricidade também está a levar os poucos hospitais que ainda funcionam ao limite. Num deles, em Rafah, sobrelotado e com falta de recursos, há recém-nascidos a partilhar incubadoras.
“O departamento de recém-nascidos costumava receber 15 casos por dia, mas agora são mais de 60. Muitas organizações, representadas pela WHO, têm apelado por soluções. Mas, até agora, não tem havido uma resposta clara ou qualquer solução para esta crise”; disse Muhammad Al-Anqar, diretor do serviço de neonatologia.
Em resposta aos alertas, vários países têm lançado por via aérea medicamentos e alimentos em áreas onde não têm entrado os camiões.
Israel tem autorizado estes lançamentos e garante que está disposto a desbloquear mais dois postos de controlo no extremo sul do território, culpando a ONU e outras organizações por não fazerem a distribuição de ajuda de forma mais ampla.
As agências dizem que cabe a Israel e às tropas que invadiram as cidades e as patrulham permitir o acesso e a segurança para a distribuição de comida e água potável, bens cada vez mais escassos no enclave.
“Os nossos colegas que trabalham na higiene e nível sanitário da água em Gaza estão a reportar condições extremamente adversas no meio de níveis altos de deslocamentos e multidões em abrigos. De acordo com o último briefing, 340 pessoas estão a partilhar uma única casa de banho e não há banhos para 1.300 pessoas”, disse Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.
Isto numa altura em que se arrastam as negociações para um acordo de um cessar fogo que permitiria a entrada de mais ajuda no enclave. O Hamas diz que tem sido flexível mas que Israel tem-se revelado intransigente em relação às exigências do grupo.