Mundo

Análise

"Taylor Swift pode ser uma aliada de Biden"

O comentador da SIC Germano Almeida faz uma análise aos resultados da "Super Terça-Feira" nos EUA, o duelo com vários aspetos inédito que se espera em novembro entre Biden e Trump e o trunfo que a cantora norte-americana Taylor Swift pode ser para a reeleição do atual Presidente dos EUA.

Loading...

Donald Trump venceu 14 dos 15 em estados em jogo na "Super Terça-feira". Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi dado como vencedor em todos os estados, segundo os resultados divulgados pelo New York Times.

Nikki Halley alcançou apenas a vitória no estado de Vermont. Para o comentador da SIC Germano Almeida, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU já não está na corrida à Casa Branca, “a corrida dela já não é para a nomeação, é para a montar uma espécie de sucessão a Trump, mostrando que há uma base mais significativa do que se imaginava dos republicanos que não queriam Trump”.

“Nikki Hayley sabe que não vai ganhar a Donald Trump, mas também sabe que a percentagem de Republicanos que não está a votar em Trump é superior àquilo que se esperava quando esta corrida começou”.

Um duelo a muitos títulos inédito

Tudo aponta para que, em novembro, haja um novo frente a frente entre Joe Biden e Donald Trump, com alguns pontos inéditos.

“É muito raro na História americana o que vai acontecer: uma repetição do duelo de 2020, ainda por cima de dois Presidentes, o atual e o anterior. Donald Trump vai conseguir algo também muito raro que é pela terceira vez ser nomeado. Não acontecia desde Roosevelt do lado democrata, quando foi nomeado por quatro vezes seguidas. Trump vai tentar fazer algo que na História americana só por uma vez aconteceu, que é alguém ser Presidente, deixar de ser e depois voltar a ser”.

“Biden está a tentar uma coisa também muito inédita, que é depois dos 80 anos tentar uma reeleição”.

Germano Almeida salienta a questão das taxas de rejeição: “em 2020 Biden tinha uma rejeição muito baixa e Trump já tinha uma rejeição muito alta. Neste momento, as sondagens mostram que a rejeição de Biden até é ligeiramente mais alta que Trump”.

“A parte da imigração pode explicar a rejeição a Biden, mas também me parece que o essencial tem a ver com a idade. Se Biden fosse 20 ou 30 anos mais novo, parece-me que facilmente conseguir a reeleição. Há uma grande desconfiança de grande parte do eleitorado, nomeadamente democrata em relação à idade de Biden e às condições que Biden tenha para um segundo mandato”.

Germano Almeida sublinha que também é importante “o facto de Biden nas primárias estar a ter uma percentagem muito elevada. Esta noite, teve na casa dos 90% em quase todos, em alguns 80%.”

Taylor Swift apelou ao voto

A cantora Taylor Swift apelou ao voto nesta "super terça-feira" de eleições primárias em vários estados norte-americanos, mas não revelou quem apoia. Nos Estados Unidos as celebridades têm um grande alcance e, numa altura em que os jovens estão indecisos entre Biden e Trump, este apoio pode ser decisivo.

“Taylor Swift, com 240 milhões de seguidores no Instagram pode ser uma aliada de Biden. Não foi clara em apoiar Biden, mas não tenho dúvidas que vai apoiar Biden na eleição geral. Numa eleição em que tudo contará, essa ajuda numa ligação aos jovens pode ser decisiva”.