O Presidente norte-americano abriu o discurso anual do Estado da União com um alerta sobre como a "liberdade e a democracia estão a ser atacadas" no país e no mundo..
“Biden teve uma boa noite. Um dos principais objetivos era demonstrar que ele ainda tinha o vigor, o espírito anímico, a lucidez para conseguir dar um discurso desta complexidade e desta duração. E eu penso que nisto ele conseguiu".
Alguns críticos referem que Biden foi demasiado agressivo, demasiado partidário para aquilo que costuma ser um discurso sobre o Estado da União, que tradicionalmente tem o objetivo de unir e tentar alcançar pontes e compromissos.
Mas Ana Cavalieri sublinha que "este é um ano de campanha, este é um Presidente que está à procura da reeleição, pelo que, obviamente, tornou este discurso como um palco gigante, porque mais de 20 milhões de americanos viram isto ao vivo para passar a sua mensagem de campanha e atacar aquele que é o seu rival, que é Trump”.
Biden iniciou este discurso comparando Putin e a ameaça que ele representa para a democracia na Europa com Trump e a ameaça que ele, no entender de Biden, representa para as estruturas democráticas dos Estados Unidos, não só Trump como a ala republicana dominada por ele, diz Ana Cavalieri.
Política externa
Um dos assuntos mais desafiantes é a política externa, a geopolítica dos Estados Unidos, tendo em conta a Ucrânia, mas também Israel. Biden passou uma mensagem clara e também direta a Netanyahu ao dizer que a assistência humanitária não pode ser uma preocupação secundária.
“Biden tinha um segundo grande objetivo com este discurso: tentar resgatar a coligação eleitoral que lhe irá dar vitória, porque neste momento está fraturada essa coligação relativamente à questão de Israel e Gaza”.