O primeiro-ministro do Haiti apresentou a demissão, depois da escalada de violência entre grupos armados no país. Vários gangues criminosos uniram esforços para obrigar Ariel Henry a renunciar ao cargo.
A ONU alerta que a situação no Haiti é muito preocupante e que há graves problemas de segurança, e até de sobrevivência, para a maioria da população.
O chefe do Governo, Ariel Henry, apresentou a demissão, depois de um aumento da violência entre os gangues que controlam grande parte do país.
“Foi acordada a criação de um Conselho Presidencial de Transição. Uma vez escolhido, o conselho governará os diferentes setores da vida nacional. O Haiti quer paz. O Haiti precisa de estabilidade. O Haiti precisa de desenvolvimento sustentável. O Haiti precisa de reconstruir as instituições democráticas", disse Ariel Henry.
O primeiro-ministro estava fora do Haiti, numa viagem a Porto Rico, quando anunciou a demissão.
ONU faz apelo internacional
A ONU pede aos líderes dos gangues que entreguem as armas e cheguem a um acordo para travar a violência e apelam também à comunidade internacional que garanta apoio humanitário aos haitianos, que vivem numa situação muito precária.
Segundo os relatos mais recentes, na capital, Port-Au-Prince, as escolas, as lojas, o aeroporto, os transportes públicos e todos os serviços do Estado estão fechados, ou a funcionar esporadicamente.
Nos hospitais que ainda estão abertos faltam médicos, medicamentos e material e, a maior parte do tempo, não há sequer água nem eletricidade para poderem tratar os doentes.
Muitas ruas estão bloqueadas e mais de 80% da cidade é controlada pelos gangues que exigem eleições livres.
Ariel Henry era primeiro-ministro desde 2021, mas não foi eleito para o cargo. Assumiu-o depois do assassinato do antigo Presidente, Jovenel Moise, morto por mercenários colombianos.
As últimas eleições no Haiti, a nação mais pobre da América e uma das mais pobres do mundo, foram realizadas em 2016 e há muitos anos que o país não tem um Parlamento nem um chefe de Estado.