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China diz que repressão contra Tiktok nos EUA é "um tiro no próprio pé"

O Governo chinês disse que a “repressão” contra a aplicação tiktok nos Estados Unidos acabará por ser um tiro a "sair pela culatra". Os EUA acusam a China de usar a aplicação para prejudicar partidos e influenciar eleições.

China diz que repressão contra Tiktok nos EUA é "um tiro no próprio pé"
Matt Slocum

O Governo chinês afirmou esta quarta-feira que a "repressão" contra a aplicação de vídeos curtos TikTok nos Estados Unidos é um tiro de intimidação, que acabará por "sair pela culatra".

A reação das autoridades chinesas surge numa altura em que a Câmara dos Representantes discute um projeto de lei que obrigaria a empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok, a vedar a aplicação no espaço de 180 dias.

Caso contrário a 'app' seria proibida nos EUA, onde afirma ter cerca de 150 milhões de utilizadores mensais ativos.

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Proibir a aplicação "vai minar a confiança dos investidores internacionais (...) o que acabará por fazer com que os Estados Unidos deem um tiro no próprio pé", advertiu o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, condenando a "intimidação" contra o TikTok.

Em conferência de imprensa, o porta-voz acusou os EUA de adotarem táticas de intimidação em vez de "competirem de forma justa" e de "nunca terem encontrado provas de que o TikTok ameaça a sua segurança nacional".

Wang afirmou que o comportamento dos EUA "perturba as operações comerciais normais, prejudica a confiança dos investidores internacionais no ambiente de investimento e destrói a ordem económica e comercial internacional".

De acordo com um relatório do Gabinete do Diretor da Inteligência Nacional dos EUA, o Governo chinês utilizou contas TikTok para prejudicar os candidatos dos partidos Democrata e Republicano durante as eleições de 2022, nas quais os Democratas se saíram melhor do que o esperado, mantendo o Senado e perdendo a Câmara por alguns lugares.

O relatório também advertiu que Pequim poderá tentar influenciar as eleições de novembro, nas quais o presidente democrata Joe Biden enfrentará novamente o ex-presidente republicano Donald Trump.

Alguns críticos acusaram a Bytedance de ter ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC), embora o TikTok negue tais alegações, dizendo que não censura conteúdos nem dá ao Governo chinês acesso aos seus dados.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, criticou os EUA por continuarem com "táticas de repressão contra a China", apesar do desanuviamento das relações entre as duas potências nos últimos meses.