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Trump pede que Supremo rejeite acusação de que conspirou para anular eleições de 2020

Donald Trump já viu, por duas vezes, os pedidos de imunidade rejeitados. Os advogados de defesa terão agora uma nova oportunidade de apresentar o caso ao Supremo Tribunal.

Trump pede que Supremo rejeite acusação de que conspirou para anular eleições de 2020
Shannon Stapleton

Os advogados de Donald Trump pediram terça-feira ao Supremo Tribunal que rejeite a acusação de que o ex-presidente conspirou para anular os resultados das eleições de 2020, invocando a sua imunidade na Casa Branca, noticiou a AP.

Segundo adianta a agência AP, os advogados de defesa de Trump insistiram na tese de que Trump gozava de imunidade à data dos factos que lhe são imputados por exercer ainda o cargo de Presidente dos Estados Unidos.

Os tribunais de instância inferior já rejeitaram duas vezes os pedidos de imunidade, mas os advogados de Trump terão uma nova oportunidade de apresentar o seu caso ao Supremo Tribunal, quando os juízes ouvirem os argumentos da defesa, em sessão marcada para 25 de abril.

A decisão do Supremo Tribunal de analisar o caso levou à suspensão do processo criminal, enquanto se aguarda o resultado do recurso, tornando difícil e duvidoso se o advogado especial Jack Smith consegue levar Trump a julgamento antes das eleições presidenciais de novembro.

Num requerimento apresentado na terça-feira, os advogados de Trump repetiram vários dos argumentos que alguns juízes já rejeitaram, nomeadamente de que um presidente "não pode funcionar, e a própria Presidência não pode manter a sua independência vital se o Presidente enfrentar um processo criminal por atos oficiais depois de deixar o cargo".

"A negação da imunidade penal incapacitaria todos os futuros presidentes com chantagem e extorsão de facto durante o seu mandato e condená-los-ia a anos de traumas posteriores às mãos de adversários políticos", alegaram os advogados.

Segundo os advogados de Trump, a ameaça de uma futura acusação e prisão "tornar-se-ia um instrumento político para influenciar as decisões presidenciais mais sensíveis e controversas, retirando a força, a autoridade e a capacidade de decisão da Presidência."

Por seu lado, a equipa de Jack Smith entende que os ex-presidentes não gozam de imunidade absoluta e que, "em qualquer caso, os factos de que Trump é acusado no seu esforço falhado, mas frenético, para se manter no poder após ter perdido para o democrata Joe Biden, não contam como atos presidenciais oficiais".

A juíza distrital Tanya Chutkan, que preside ao caso, e um coletivo federal de recurso de três juízes em Washington concordaram com Smith, mas o caso - que estava previsto para ser julgado a 4 de março - foi suspenso durante meses, à medida que o recurso continua a ser apresentado nos tribunais.

Os advogados de Trump também disseram aos juízes que, no caso de não aceitarem os argumentos sobre a imunidade, deveriam enviar o caso de volta a Chutkan para uma "averiguação adicional dos factos". Tal medida resultaria em atrasos ainda maiores antes de se poder marcar um julgamento.

Este caso é um dos quatro processos criminais estaduais e federais que Trump está a enfrentar enquanto procura recuperar a Casa Branca. A estratégia da defesa tem sido a de adiar os julgamentos dos casos, um estratagema que até à data tem tido algum sucesso.