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Observadores das Nações Unidas feridos no sul do Líbano, Israel nega qualquer responsabilidade

Quatro observadores da ONU foram feridos por um obus no sul do Líbano, quando na fronteira israelo-libanesa ocorriam as trocas de tiros diárias entre Israel e o Hezbollah.

Observadores das Nações Unidas feridos no sul do Líbano, Israel nega qualquer responsabilidade
NurPhoto

Quatro observadores da ONU foram feridos por um obus no sul do Líbano, quando na fronteira israelo-libanesa ocorriam as trocas de tiros diárias entre Israel e o Hezbollah, anunciou este sábado um organismo de vigilância das Nações Unidas.

"Esta manhã, quatro observadores militares da UNTSO, que efetuavam uma patrulha a pé ao longo da 'Linha Azul'", que marca a fronteira com Israel, "ficaram feridos quando um obus explodiu nas proximidades", declarou a Organização de Supervisão de Tréguas das Nações Unidas para o Médio Oriente (UNTSO), num comunicado.

Considerando "inaceitável atingir as forças de manutenção da paz", a UNTSO apelou a todas as partes para que "cessem a intensa troca de tiros".
No comunicado é acrescentado que os observadores foram hospitalizados e que está a ser investigada "a causa da explosão".

Este organismo, que inclui observadores desarmados, é independente da Força Interina das Nações Unidas (UNIFIL), que tem cerca de 10.000 efetivos de manutenção da paz destacados no sul do Líbano, na fronteira com Israel.

A agência noticiosa nacional libanesa (ANI) noticiou que "aviões inimigos", em referência a Israel, tinham bombardeado a região de Rmeich, onde ocorreu o incidente, afirmando que a patrulha tinha sido alvo do fogo.

Em comunicado, o exército israelita afirmou que, "contrariamente ao que foi noticiado pela imprensa, o exército não atingiu um veículo da UNIFIL na região de Rmeich esta manhã".

Há quase seis meses que o exército israelita enfrenta o Hezbollah na fronteira entre Israel e o Líbano, com o Hezbollah xiita a afirmar apoio ao movimento islamista palestiniano Hamas na sua guerra contra Israel em Gaza.

Elementos das forças de manutenção da paz da UNIFIL têm sido feridos desde o início da violência no sul do Líbano.

Na quinta-feira, a UNIFIL apelou a uma redução "imediata" da tensão na fronteira, no dia seguinte a um dia mortífero em que doze civis, incluindo dez socorristas, foram mortos.

Em quase seis meses, pelo menos 347 pessoas foram mortas no Líbano - na sua maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 68 civis - em confrontos com Israel, de acordo com uma contagem da AFP.

A violência na fronteira também deslocou milhares de pessoas do sul do Líbano e do norte de Israel, onde, segundo o exército, foram mortos dez soldados e oito civis.

Criada em 1948, após a primeira guerra israelo-árabe, a UNTSO foi a primeira operação de manutenção da paz criada pela ONU.