A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está sob suspeita, numa altura em que se recandidata a um segundo mandato.
A investigação já decorria, mas chegou agora aos procuradores europeus. Em causa estão irregularidades no negócio com o presidente executivo da farmacêutica Pfizer, relacionado com a compra de vacinas contra a covid-19 no valor de mais de 20 mil milhões de euros.
Ursula Von der Leyen já estava sob suspeita por "interferência em funções públicas, destruição de SMS, corrupção e conflito de interesses".
O caso chegou às autoridades belgas no início do ano passado, por intermédio de uma queixa-crime apresentada pelo lobista Frédéric Baldan, depois de uma alegada troca de mensagens entre Von der Leyen e o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, na altura das negociações, num caso que se tornou conhecido por "Pfizergate". Além dos belgas, os governos húngaro e polaco também se juntaram à investigação.
Até agora, a Comissão recusou-se a revelar o conteúdo das mensagens de texto em causa, ou mesmo a confirmar a sua existência.
O acordo foi originalmente visto como um triunfo para Ursula Von der Leyen, mas a quantidade de vacinas adquiridas depressa levantou suspeitas.
O contrato da vacina com a Pfizer já foi, entretanto, renegociado, depois do jornal POLITICO revelar no final do ano passado que havia pelo menos 4 mil milhões de euros em doses desperdiçadas.