O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo desmentiu esta quarta-feira as informações de que os Estados Unidos tinham advertido a Rússia sobre possíveis atentados terroristas na sala de concertos Crocus City Hall, em Moscovo.
Em conferência de imprensa, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, assinalou que Moscovo está habituado a declarações de Washington "que de seguida são desmentidas pelos próprios".
"Gostaria de pedir que nos apresentem factos concretos sobre esse assunto", respondeu a porta-voz a um jornalista que a questionou sobre o artigo publicado pelo The Washington Post, que citava fontes anónimas da administração dos EUA.
Zakharova insistiu que a parte norte-americana deve revelar "quando e a quem transmitiram a informação" sobre os planos dos terroristas de efetuar um atentado na sala de concertos russa que provocou pelo menos 144 mortos e mais de 500 feridos.
O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, disse esta quarta-feira desconhecer se os EUA avisaram a Rússia sobre um possível ataque no Crocus City Hall, por se tratar de uma informação "partilhada diretamente entre os serviços especiais [de segurança]".
Até ao momento, já foram detidas 15 pessoas relacionadas com o atentado, quatro pela sua participação direta no tiroteio e explosões que ocorreram na sala de concertos.
O ataque foi reivindicado pelo Daesh. Moscovo já admitiu que o atentado foi feito por um grupo de islamitas de origem tajique, mas tem insistido na referência a uma pista ucraniana, rejeitada por Kiev.