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Primeiro-ministro eslovaco baleado no dia em que o Parlamento preparava uma lei controversa

O Parlamento eslovaco preparava uma lei de proibição do financiamento estrangeiro a organizações não-governamentais similar às da Rússia, Hungria e Geórgia, com limitação a independência judicial e da liberdade de imprensa.

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Está fora de perigo o primeiro-ministro da Eslováquia, Roberto Fico, baleado esta quarta-feira numa visita a uma pequena cidade do interior do país, a 150 quilómetros de Bratislava.

Fico foi transportado de helicóptero para a capital de província, onde foi submetido a uma operação de urgência, depois de ter sido atingido por cinco tiros.

“Segundo sei, a operação correu bem (…) já não corre perigo de vida neste momento”, informou esta noite o vice-primeiro-ministro Tomas Taraba à BBC.

O vice revelou ainda que uma das balas perfurou o estômago do primeiro-ministro eslovaco e outra atingiu uma articulação.

O que aconteceu?

O governante eslovaco estava em visita à casa de cultura da pequena cidade de Handlova, situada a 150 quilómetros a noroeste de Bratislava. Ao sair da conferência de imprensa e segundo imagens de uma televisão local, dirigiu-se para um grupo de populares, quando o atacante disparou.

Gravemente ferido, Fico, de 59 anos, foi imediatamente encaminhado pela equipa de segurança para a viatura oficial. Enquanto que o suspeito, um homem de 71 anos foi manietado e detido pela polícia no local.

O suspeito foi identificado pelos 'media' eslovacos como um escritor local.

"Acho que posso confirmar, sim", respondeu o ministro do Interior, Matus Sutaj Estok, aos jornalistas que o questionaram sobre a identidade do atirador, que segundo relatos dos 'media' é um dos fundadores do clube literário Duha (arco-íris), no cidade de Levice.

Porque pode ter sido um alvo?

Pela terceira vez no cargo, a controversa figura política de Robert Fico é difícil de classificar. Colocado frequentemente na chamada Esquerda populista, tem um discurso anti-islão, anti-imigração, contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e negacionista quanto à pandemia de covid-19.

As críticas à União Europeia levaram-no a aproximar-se da Hungria de Órban e a formar uma coligação com a extrema-direita pró-russa. Nas últimas eleições, que venceu com 23 por cento dos votos, prometeu retirar o apoio militar à Ucrânia, o que veio a cumprir mal tomou posse.

O Parlamento eslovaco preparava uma lei de proibição do financiamento estrangeiro a organizações não-governamentais similar às da Rússia, Hungria e Geórgia, com limitação a independência judicial e da liberdade de imprensa.

[Notícia atualizada às 00:30 de 16/05/2024]