Mundo

Estados Unidos querem proteger a Antártica e planeiam aumentar frota de quebra-gelo

Foi assinado um novo memorando de segurança nacional sobre a Antártica, substituindo o último assinado em 1994 por Bill Clinton. Entre outros objetivos, os Estados Unidos querem proteger o ambiente da Antártica e garantir a conservação dos ecossistemas.

Estados Unidos querem proteger a Antártica e planeiam aumentar frota de quebra-gelo
Posnov // GETTY IMAGES

Os Estados Unidos reafirmaram sexta-feira o seu compromisso em proteger a Antártica, devido à sua importância ambiental, acrescentando que vão considerar expandir a sua frota de quebra-gelo para implementar os seus objetivos.

O Presidente norte-americano Joe Biden assinou um novo memorando de segurança nacional sobre a Antártica, que estabelece a política dos Estados Unidos para a região. O novo memorando substitui o que vigorava até agora e que tinha sido elaborado em 1994, durante a presidência de Bill Clinton (1993-2001).

A Casa Branca indicou, em comunicado, que com o novo memorando os EUA querem proteger o ambiente da Antártica, manter a região como centro de investigação científica, preservar o continente como uma zona de cooperação internacional pacífica e garantir a conservação dos ecossistemas.

Washington observou ainda, no documento, que, para garantir a eficácia do atual sistema que governa a Antártica, "os Estados Unidos continuarão a utilizar todas as ferramentas disponíveis, incluindo a expansão da frota de quebra-gelo polar".

Os Estados Unidos, que possuem três estações de investigação na Antártica, indicaram que graças ao sistema de tratados que rege a região, conseguiram realizar "15 inspeções surpresa em instalações" localizadas no continente.

"Permanecemos vigilantes contra ações de países que possam ameaçar os interesses nacionais dos Estados Unidos ao causar divergências internacionais na região da Antártica", garantiu a Casa Branca.

A assinatura do memorando ocorre dias antes do início da 46.ª reunião consultiva do Tratado da Antártica, na Índia, em 20 de maio, que contará com a presença dos 12 países que assinaram o acordo em 1959 (Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, França, Japão, Nova Zelândia, Noruega, África do Sul, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia), juntamente com várias dezenas de outros países.

Também esta semana o Governo chileno garantiu que vai "continuar a defender firmemente" a preservação da Antártica, depois de ter sido divulgado que a Rússia descobriu vastas reservas de petróleo e gás em território reivindicado pelo Chile, Argentina e Reino Unido.

"Ocasionalmente surgem notícias não confirmadas sobre reservas minerais e de hidrocarbonetos na Antártica. O regime antártico proíbe a sua prospeção e exploração. E o Chile, como outros países antárticos, continuará a defender firmemente a preservação da Antártica", frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros chileno, Alberto van Klaveren, numa publicação na rede social X.

O jornal britânico "The Daily Telegraph' noticiou esta semana que os deputados britânicos temem que Moscovo tente extrair petróleo de parte daquele território austral.

O receio baseia-se no facto de, há quatro anos, a agência geológica russa Rosgeo ter reconhecido os estudos do navio russo de investigação polar Alexander Karpinsky sobre a disponibilidade de cerca de 70 mil milhões de toneladas de petróleo e gás enterrados sob a plataforma antártica.

As reservas conteriam cerca de 511 mil milhões de barris de petróleo, o equivalente a cerca de 10 vezes a produção do mar do Norte nos últimos 50 anos, segundo o jornal britânico, citado pela agência Efe.