Horas depois de confirmada a morte do Presidente do Irão na queda de um helicóptero que também vitimou o ministro dos Negócios Estrangeiros e outros sete passageiros, multiplicam-se as mensagens de condolências de líderes mundiais. Mas nas redes sociais também há quem tenha celebrado o desaparecimento de Ebrahim Raisi.
Este domingo à noite, enquanto decorriam as operações de buscas e a televisão estatal mostrava imagens de multidões a rezar pelo Presidente, muitos festejaram.
“Vamos celebrar as boas notícias da queda do helicóptero de Ebrahim Raisi”, ouve-se num vídeo captado por um residente de Teerão divulgado pelo jornal Iran Internacional.
Outro vídeo captado na noite de domingo mostra o lançamento de fogo-de artificio.
“Acho que este é o único acidente na História em que toda a gente está preocupada que alguém tenha sobrevivido”, escreveu a ativista pelos direitos das mulheres Masih Alinejad na rede social X (antigo Twitter).
"Feliz Dia Mundial do Helicóptero”, ironiza, explicando que as redes sociais iranianas estão “inundadas com piadas” sobre a queda do helicóptero onde seguia o Presidente iraniano. “É assim que o povo oprimido luta através do humor.”
As filhas da opositora do regime iraniano Minoo Majidi, morta aos 62 anos com 167 tiros durante a grande manifestação “Mulher-Vida-Liberdade", em 2022, brindaram à notícia da queda do helicóptero.
Outras duas mulheres feridas com gravidade, na mesma manifestação, pela guarda revolucionária iraniana, divulgaram um vídeo em festa.
Mersedeh Shahinkar perdeu um dos olhos e depois de ter sido atingida por uma bala de borracha e Sima Moradbeigi perdeu a mobilidade no braço direito.
Em Londres, várias pessoas dançaram e festejaram com bandeiras iranianas em frente à embaixada do Irão.
Também há piadas sobre o eventual envolvimento de Israel no acidente, como o vídeo que mostra um homem vestido com um traje tradicional judeu a jogar um videojogo. “Imagens exclusivas do agente da Mossad Heli Cóptero a treinar para a sua missão”, pode ler-se.
Ebrahim Raisi liderava o Irão desde 2021. Ultraconservador, figurava na lista negra dos Estados Unidos de responsáveis iranianos sancionados por "cumplicidade com graves violações dos direitos humanos". A repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime valeram-lhe a alcunha de "carniceiro de Teerão".
