O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou esta segunda-feira o mandado de captura solicitado pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra dirigentes israelitas, rejeitando qualquer "equivalência" entre Israel e Hamas.
O pedido do procurador é "ultrajante", afirmou Biden numa declaração, argumentando que "independentemente do que o procurador insinua, não há equivalência entre Israel e o Hamas, nenhuma".
"Estaremos sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança", sublinhou.
Equivalência “é uma vergonha”
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, descreveu o anúncio do procurador do TPI como "vergonhoso", acrescentando que "poderia comprometer" as conversações de cessar-fogo em Gaza.
"Rejeitamos a equivalência estabelecida pelo procurador entre Israel e o Hamas. É uma vergonha", declarou Blinken, em comunicado. "O Hamas é uma organização terrorista violenta que perpetrou o pior massacre de judeus desde o Holocausto e continua a manter dezenas de pessoas inocentes como reféns, incluindo norte-americanos", adiantou. O TPI "não tem jurisdição" sobre Israel, frisou ainda.
O que está em causa?
No oitavo mês de guerra na Faixa de Gaza, o procurador do TPI, Karim Khan, pediu esta segunda-feira mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, bem como para três dirigentes do Hamas, por alegados crimes contra a humanidade.
Khan justificou o pedido de mandados de captura para os governantes israelitas por crimes como "fazer civis passar fome deliberadamente", "homicídio intencional" e "extermínio e/ou morte".
As acusações contra os líderes do Hamas, incluindo o seu líder em Gaza, Yahya Sinouar, incluem "extermínio", "violação e outras formas de violência sexual" e "tomada de reféns como crime de guerra".
Também em Washington, o chefe do Pentágono afirmou esta segunda-feira que os Estados Unidos continuarão a colaborar com o TPI relativamente à Ucrânia, apesar do desacordo sobre o pedido de mandados de prisão de responsáveis israelitas.
"Em relação à questão de saber se continuaremos ou não a apoiar o TPI em relação aos crimes cometidos na Ucrânia, sim, estamos a continuar esse trabalho", disse Lloyd Austin à imprensa.
Ministro israelita em Paris
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, viajará terça-feira para Paris, a fim de discutir o anúncio do procurador do TPI, indicou o seu gabinete.
Os encontros de Katz incluem o seu homólogo francês, Stéphane Séjouré, o presidente do Senado e os líderes da comunidade judaica francesa, uma das maiores do mundo.
O ministro "discutirá uma série de questões, incluindo o pedido do procurador do TPI para emitir mandados de detenção, as negociações e a promoção da proposta francesa para resolver o conflito no Líbano com o Hezbollah, a expansão do regime de sanções contra o Irão, a extensão da operação militar em Rafah e a luta contra o antissemitismo na França", adiantou a mesma fonte.