No Irão, já começaram as cerimónias fúnebres do Presidente Ebrahim Raisi, que morreu num acidente de helicóptero. Na cidade de Tabriz, perto do local onde o aparelho se despenhou, milhares de pessoas juntaram-se para acompanhar a chegada dos corpos das oito vítimas, numa altura em que ainda são desconhecidas as causas do acidente.
A enorme multidão tornou ainda mais demorado o cortejo fúnebre em Tabriz, capital da província do Azerbaijão Oriental. Bandeiras foram erguidas e cartazes com retratos de Raisi foram colocados, enquanto milhares de pessoas se juntaram para um último adeus ao Presidente.
Serão vários dias de velório em diversos locais. O enterro, conduzido pelo líder supremo Ali Khamenei, deve realizar-se na quinta-feira em Meshed, a segunda maior cidade do país, após a passagem pela capital.
Em Teerão, já começaram as homenagens ao chefe de Estado ultraconservador, marcadas também por palavras de ordem contra Israel e os Estados Unidos.
A opinião sobre Raisi não é consensual. Impopular entre muitos iranianos, Raisi deixa na memória uma presidência marcada por contestações internas, graves violações dos direitos humanos, forte repressão a mulheres, ativistas e críticos do regime, além de conflitos militares, tensões comerciais e uma grave crise económica.
Sobre a queda do helicóptero que transportava o presidente e o ministro dos Negócios Estrangeiros, já há várias teorias: forte nevoeiro, falha técnica ou atentado são hipóteses que não estão excluídas. A escassez a que o Irão está sujeito também é um fator relevante, com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirmando que as sanções dos EUA dificultam a manutenção da frota aérea, colocando vidas em risco. Para investigar o acidente, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas já ordenou a abertura de um inquérito.
Entretanto, o vice-presidente do Irão assumiu a presidência de forma interina. O país vai a eleições no dia 28 de junho para escolher um novo Presidente, mas tudo indica que a linha política deverá manter-se.