O grupo europeu Identidade e Democracia (I&D) no Parlamento Europeu anunciou, esta quinta-feira, que decidiu excluir a delegação do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
"O grupo I&D não quer continuar a ser associado aos incidentes que envolveram Maximilian Krah, cabeça de lista da AfD para as eleições europeias", sustentou o grupo num comunicado citado pela agência Reuters.
Em declarações à agência noticiosa AFP, o eurodeputado francês Jean-Paul Garraud, eleito pelo União Nacional (RN), considerou que, na sua perspetiva, as "declarações inadmissíveis" de Maximilian Krah "também comprometem a AfD".
Saliente-se que antes da expulsão desta quinta-feira, partidos da família política do I&D - à qual pertence o Chega - distanciaram-se das declarações do candidato alemão. Falamos do RN (França), de Marine Le Pen, e da Liga, do vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.
Jordan Bardella, presidente do União Nacional e cabeça de lista às eleições europeias, decidiu mesmo "deixar de se sentar" com os alemães da AfD no Parlamento Europeu, decisão igualmente seguida pela Liga.
Na prática, a decisão tem escasso impacto, pelo facto de não existir atividade legislativa no Parlamento Europeu, com os eurodeputados envolvidos na campanha para as eleições de 9 de junho nos seus países de origem. No entanto, parece definido que na próxima sessão do parlamento o AfD não voltará a ser acolhido no grupo ID.
A origem da polémica
Numa recente entrevista ao diário italiano La Repubblica, Maximiliam Krah considerou ser "errado" afirmar que todos os membros das Schutzstaffel (SS, organização paramilitar ligada ao regime nazi liderado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial) eram "criminosos".
A polémica motivada por estas declarações implicou que Krah anunciasse, através do seu gabinete de advogados, a decisão de renunciar à direção do partido e abster-se de participar na campanha eleitoral.
"Vou abster-me de novas comparências na campanha eleitoral com efeito imediato e vou demitir-me de membro do comité executivo federal", indicou o político num texto divulgado pelos 'media' alemães.
Uma polémica que surge na véspera das eleições para o Parlamento Europeu, que decorrem entre 6 e 9 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE). Em Portugal vão acontecer dia 9 de junho.