Dezenas de pessoas morreram esta madrugada num ataque aéreo de Israel contra um acampamento que abrigava milhares de deslocados, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde de Gaza confirma 45 vítimas mortais e 249 feridos. Já a agência britânica Action Aid dá conta de pelo menos 50 mortos.
O ataque, que desencadeou um incêndio de grandes dimensões, foi confirmado pelo exército israelita, que adiantou ainda que tinha como alvo dois altos responsáveis do Hamas, Yassin Rabia e Khaled Nagar.
"Uma aeronave das Forças de Defesa de Israel atingiu um complexo do Hamas em Rafah, onde operavam importantes terroristas do Hamas. O ataque foi realizado contra alvos legítimos sob o direito internacional, usando munições precisas e com base em informações precisas que indicavam o uso da área pelo Hamas", afirmaram os militares, citados pela agência Reuters.
O exército israelita confirmou também que o ataque está “sob revisão" após ter conhecimento de que o bombardeamento tinha feito feridos.
Dezenas de palestinianos ficaram feridos, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que fala num “novo massacre atroz” cometido pelas forças israelitas.
O movimento internacional Crescente Vermelho referiu que a área atacada tinha sido designada como uma “zona segura” por Israel. No entanto, o bombardeamento atingiu Tal al-Sultan, um bairro que as forças israelitas ainda não tinham ordenado evacuar.
A agência Lusa, que cita Israel, escreve que Yassin Rabia "geria toda a atividade terrorista do Hamas na Judeia e Samaria, transferia fundos para alvos terroristas e planeava ataques terroristas", incluindo no passado, nomeadamente em 2001 e 2002, em plena Segunda Intifada, "em que foram mortos soldados das Forças de Defesa de Israel".
Sobre Nagar, Telavive refere que "dirigiu ataques a tiro e outras atividades terroristas na Judeia e Samaria, e transferiu fundos destinados a atividades terroristas do Hamas na Faixa de Gaza".
Hamas responsabiliza EUA e Biden pelo ataque
Na reação, o Hamas responsabilizou o Governo dos Estados Unidos da América e o Presidente Joe Biden pelo bombardeamento contra Rafah.
O porta-voz do grupo defendeu que Israel não teria levado a cabo o ataque sem o apoio norte-americano e a luz verde do país, apelando, por isso, a uma intervenção internacional imediata.
O ataque acontece horas depois de o Hamas ter lançado, pela primeira vez em quatro meses, uma série de mísseis contra Israel. Em todo, foram disparados oito rockets contra o centro do país, incluindo Telavive.