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Espanha, Irlanda e Noruega reforçam intenção de reconhecer Palestina como Estado

Apesar das criticas de Israel, esta segunda-feira os três países reforçaram a intenção em Bruxelas, à margem de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União europeia para debater a situação em Gaza.

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Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem, amanhã, formalmente e unilateralmente a Palestina como Estado.

Apesar das criticas de Israel, esta segunda-feira os três países reforçaram a intenção em Bruxelas, à margem de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União europeia para debater a situação em Gaza.

"Amanhã, os nossos três países, a Irlanda, a Noruega e a Espanha, assinalarão um dia histórico que nos aproximará certamente do objetivo que todos desejamos: a coexistência pacífica e segura entre israelitas e palestinianos no Médio Oriente", afirmou Jose Manuel Albares, ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha.

"Encorajamos outros países a fazer o mesmo. Sabemos que vários países europeus estão a caminho de o fazer ou a ponderar fazê-lo, e esperamos que sigam o exemplo", acrescentou Espen Barth Eide, ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega.

"Há quem tenha interpretado a nossa decisão de reconhecer o Estado da Palestina como uma tentativa de impor um resultado às partes, ou como uma espécie de recompensa pelo terror. Nada poderia estar mais longe da verdade. Reconhecemos tanto o Estado de Israel como o Estado da Palestina precisamente porque queremos ver um futuro de relações normalizadas entre os dois povos", garantiu também Micheal Martin, ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda.

Israel não tem o mesmo entendimento e já retaliou, sendo que ordenou que o consulado espanhol em Jerusalém encerre os serviços a palestinianos a partir de 1 de junho e, além disso, retaliou, também, com um vídeo que Espanha já veio considerar escandaloso e execrável.

O responsável pela diplomacia da União Europeia também considerou estas acusações de Israel descabidas. Em relação à solução de dois estados, voltou a insistir numa posição comum a 27.

"Se quisermos realmente obter esta solução, temos de nos empenhar mais nesta questão. Os árabes têm propostas, queremos ouvi-las e sabemos que esta é uma questão em que os Estados-Membros da União Europeia têm abordagens diferentes. Vamos ver o que podemos fazer em conjunto com os árabes e outros membros da comunidade internacional", disse Josep Borrel, um dia depois de um encontro com o primeiro-ministro palestiniano que, em Bruxelas, fez questão de elogiar a coragem da Espanha, Irlanda e Noruega.

"É um momento importante porque ocorre na mesma semana em que três países europeus tomaram uma decisão muitíssimo importante e corajosa no sentido de reconhecer o Estado da Palestina. E apenas uma semana depois de 143 países terem votado na Assembleia Geral das Nações Unidas para dizer que a Palestina está pronta para se tornar um Estado e que é altura de reconhecer a Palestina", afirmou Mohammad Mustafa, primeiro-ministro da Palestina, que quer que outros países reconheçam o Estado da Palestina e espera que a posição de Espanha, Irlanda e Noruega possa servir de incentivo.