Os Estados Unidos da América (EUA) vão restringir os pedidos de asilo, para tentar recuperar o controlo migratório na fronteira com o México. O presidente Biden garante que a decisão não é política, mas muitos acusam-no de estar a ceder à pressão da campanha presidencial.
Esta é uma das medidas de imigração mais drásticas do mandato de Joe Biden. Não tem garantia de sucesso, contraria princípios que o próprio assumiu e entra em conflito com acusações que fez a Donald Trump.
O presidente, candidato à reeleição, é até acusado de oportunismo político, para tentar ganhar mais votos. As sondagens mostram que a imigração está entre as principais preocupações dos eleitores de ambos os partidos.
A nova diretiva visa impedir quem atravesse ilegalmente a fronteira de pedir asilo. Vítimas de tráfico de seres humanos, menores não acompanhados e pessoas com emergências médicas e risco de vida iminente podem passar.
Ativistas dos direitos humanos asseguram que a ordem executiva do presidente irá aumentar as travessias ilegais e pôr em perigo mais pessoas.
“Ele disse no discurso dele que não está a demonizar os migrantes, mas está decididamente a criminalizá-los e a espalhar este ódio anti-imigração que está a alimentar a violência contra os migrantes e organizações como a nossa”, afirma Lilian Serrano, diretora da Southern Border Communities Coalition, uma coligação de organizações que trabalham junto da fronteira.
As organizações prometem lutar contra a diretiva de Biden na Justiça. No passado, os tribunais decidiram que a lei de asilo se sobrepõe a qualquer ação executiva deste tipo.
“Preferia ter abordado esta questão através de legislação bipartidária, porque é a única forma de conseguirmos reparar o tipo de sistema atual, que é disfuncional. Mas os republicanos não me deram alternativa”, declarou Joe Biden.
Uma das explicações para esta decisão inesperada é que a equipa de Biden pretende usar a ação executiva como escudo, nos debates presidenciais com Donald Trump - o primeiro é já no final deste mês.