Os últimos ataques tiveram como alvo dois campos de refugiados no centro de Gaza. Israel alega que foram operações cirúrgicas e de precisão contra alvos do Hamas. Pelo menos 13 civis morreram e dezenas ficaram feridos.
Enquanto as vítimas eram transportadas para o hospital em Deir al-Balah, o ministro israelita da defesa anunciava a compra de mais 25 caças F-35 aos Estados Unidos, num valor de quase 3 mil milhões de euros. O negócio prevê a entrega de 3 a 5 aviões de combate por ano, até 2028.
Washington insiste que se ainda há guerra, a culpa é do Hamas.
"A comunidade internacional deve continuar a insistir para que o Hamas aceite este acordo. A proposta em cima da mesa é idêntica à que o Hamas disse que aceitaria há algumas semanas. Israel afirmou estar pronto a aplicá-la", diz Mattew Miller, porta-voz do departamento de estado dos EUA.
As tropas israelitas avançam também no sul na região de Rafah. O Hamas considera que é uma farsa, a proposta patrocinada pelos Estados Unidos para a libertação dos reféns. A tão esperada reação oficial do movimento, foi para dizer que 6 semanas de tréguas não chegam: só há acordo com a garantia de um cessar-fogo permanente.
"É evidente que esta resposta israelita não confirma um cessar-fogo permanente nem uma retirada total das forças de ocupação da Faixa de Gaza", afirma Osama Hamdan, dirigente do Hamas.
Além da Faixa de Gaza, Israel diz-se agora preparado para uma ação em larga escala no norte do país. Netanyahu visitou esta quarta-feira as tropas estacionadas junto à fronteira com o Líbano, onde há outro inimigo a combater: os xiitas do Hezbollah.
"Quem julga que ficaremos de braços cruzados quando nos prejudicam está a cometer um grande erro. Estamos preparados para uma ação muito forte no Norte. De uma forma ou de outra, vamos restaurar a segurança no norte", disse Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.
Por causa desta frente de guerra, Israel decidiu aumentar de 300 para 350 mil o número de reservistas que podem ser mobilizados, já a partir de Agosto. Nos Estados Unidos, Joe Biden disse à revista Time que Netanyahu só mantém a guerra para obter lucros políticos.
Confrontado com as declarações, o presidente americano já tentou amenizá-las. Quando questionado sobre se Netanyahu está a fazer política com a guerra, Joe Biden respondeu que não: "Ele está a tentar resolver um problema sério".
Os sérios problemas do Primeiro Ministro israelita passam pelas divisões e ameaças da ala mais radical dentro do próprio governo, mas também pelas pressões internacionais. Depois de Espanha, Noruega e Irlanda, a Eslovénia foi o mais recente país europeu a reconhecer o estado da Palestina.