As manifestações da véspera mostram o potencial de conflito numa sociedade francesa profundamente dividida. No início da campanha, as atenções viram-se para a periferia porque falou uma das figura mais proeminentes em momento de campeonato europeu de futebol.
"Hoje, vemos claramente que os extremistas estão à porta do poder e temos oportunidade de escolher o futuro do nosso país. Por isso, apelo a todos os jovens para irem votar e para perceberem a importância da situação", diz Kylian Mbappé, capitão da seleção francesa.
A mensagem parece ter encontrado eco no subúrbio onde Mbapé cresceu.
"Concordo com tudo o que ele diz, tenho uma opinião semelhante, e acho que é importante votar", conta uma eleitora.
"Coloca a União nacional e a Frente Popular em pé de igualdade, quando não são de todo partidos do mesmo género", acrescenta outra eleitora.
Os 15 quilómetros que separam Bondy da Torre Eiffel não parecem alterar substancialmente a opinião de alguns eleitores.
"Para mim, gostaria de travar os extremos, que não são bons, especialmente a extrema-direita, que penso ter opiniões muito fechadas e não é suficientemente inclusiva e tolerante", diz uma jovem.
"Na minha opinião, estamos a caminhar para uma Assembleia ingovernável", conta um eleitor.
Nas sondagens, a extrema direita lidera com 31 por cento das intenções de voto seguida da nova frente popular que junta todo o campo da esquerda: comunistas, verdes e socialistas com 28%. Em terceiro, o campo centrista e liberal de Emmanuel Macron, já está a provocar uma cisão nos republicanos, divididos entre apoiar o atual primeiro ministro Gabriel Attalou ou o candidato da união nacional de extrema direita, Jordan Bardella.