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Calor extremo está a matar um migrante por dia na fronteira entre México e EUA

O calor muito intenso, que se está a sentir no sul dos Estados Unidos e norte do México, está a matar pelo menos um migrante por dia. A maior parte vem da América central e do sul, sobretudo da Venezuela, Honduras e Guatemala.

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O calor implacável, com as temperaturas sempre acima dos 40 graus, está a dificultar, ainda mais, a vida dos muitos que, todos os dias, tentam atravessar a linha que separa o México dos Estados Unidos, em pontos não vigiados do deserto. Perto de Ciudad Juarez, as autoridades estão a contar, pelo menos, uma vítima mortal por dia.

Quase todos ficam para trás, deixados na areia, pelos grupos que organizam o tráfico humano e que não querem carregar os cadáveres para que possam ser, depois, devolvidos às famílias. As equipas de socorro, dos dois lados, dizem que a situação está a piorar e alertam os migrantes para o perigo.

"A principal recomendação é não atravessar, sobretudo porque as temperaturas estão demasiado altas. No deserto, o calor, a insolação e a desidratação podem levar à morte", diz Mauricio Rodriguez da proteção civil mexicana.

"Estamos a começar a ver que muitos imigrantes estão a sofrer de insolação. Por isso, agora estamos a ter de usar aquilo a que chamamos sacos de gelo. Trata-se de uma técnica de arrefecimento rápido, em que colocamos num saco para cadáveres e enchemo-lo com água gelada e gelo para podermos baixar a temperatura corporal", explica Ramiro Rios, dos bombeiros de Sunland, Novo México.

Apesar dos riscos, todos os dias, milhares de pessoas tentam atravessar a fronteira e entrar nos Estados Unidos. A maior parte vem da América central e do sul, sobretudo da Venezuela, Honduras e Guatemala.