O Reino Unido vai a votos dentro de uma semana e há mais uma polémica a abalar a campanha eleitoral. Desta vez, estão em causa apostas na data do sufrágio, feitas por candidatos a deputados e até polícias. O tema marcou, esta quarta-feira, o último debate antes das eleições.
Foi a 22 de maio que o primeiro-ministro britânico anunciou que o país iria a votos – mas três dias antes desse anúncio, já dois candidatos a deputados apostavam numa eleição em julho.
A polémica rebentou há quase 2 semanas, mas só esta terça-feira o Partido Conservador retirou a confiança política aos deputados em causa. Os dois políticos estão a ser investigados pela Comissão de Apostas do Reino Unido, já que ambos poderão ter tido acesso a informação privilegiada.
A BBC afirma que já serão 15 os candidatos e elementos do partido envolvidos no escândalo das apostas.
Também o Partido Trabalhista se viu forçado a afastar um dos candidatos a deputado, depois de o político ter apostado na própria derrota.
Cinco agentes da polícia estão também a ser investigados e um elemento da proteção pessoal do primeiro-ministro foi mesmo detido.
A polémica está já a ser batizada com o nome “Gamblegate” e marcou o último debate antes das eleições, entre os dois principais líderes partidários.
O envio de migrantes ilegais para o Ruanda
Além do “Gamblegate”, o resto do debate eleitoral desta quarta-feira fez-se com pouco mais do que repetição de promessas, sendo que a chegada de migrantes ilegais continua a ser um dos temas quentes.
"Se for o vosso primeiro-ministro a 5 de julho, os voos irão para o Ruanda. Iremos criar esse mecanismo dissuasor que vários outros países europeus concordam ser a forma correta de lidar com este problema”, afirmou, durante o debate, o líder conservador e atual primeiro-ministro, Rishi Sunak.
“Se Keir Starmer [o líder trabalhista] for o vosso primeiro-ministro, todos esses imigrantes ilegais estarão nas nossas ruas e isso é uma escolha vossa”, continuou Sunak.
“Convocou as eleições antes de os voos poderem efetivamente partir e de o programa poder ser testado. Que timing interessante”, contrapôs o trabalhista Keir Starmer. “Se isto era assim tão dissuasor, porque é que, obviamente, não está a funcionar?”
O Reino Unido vai a votos a 4 de julho.