Mundo

Coreia do Norte lança mísseis balísticos na direção do mar do Japão

Estes lançamentos podem ser uma resposta às manobras efetuadas na semana passada pela Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA, que Pyongyang condenou veementemente, alertando para "consequências fatais".
Coreia do Norte lança mísseis balísticos na direção do mar do Japão
Patrick Semansky

A Coreia do Norte lançou esta segunda-feira dois mísseis balísticos na direção do mar do Japão, disse o exército sul-coreano, no segundo lançamento em menos de uma semana.

"As nossas forças armadas detetaram dois mísseis balísticos lançados na direção nordeste às 05:05 e às 05:15 (21:05 e 21:15 de domingo em Lisboa) a partir da zona de Jangyeon, na província de Hwanghae do Sul", declarou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano, em comunicado.

O projétil lançado em primeiro lugar voou cerca de 600 quilómetros, enquanto o segundo percorreu cerca de 120 quilómetros, indicaram as autoridades sul-coreanas.

"As especificações estão a ser cuidadosamente analisadas" pelos serviços secretos militares sul-coreanos e norte-americanos, acrescentaram.

Estes lançamentos podem ser uma resposta às manobras efetuadas na semana passada pela Coreia do Sul, pelo Japão e pelos EUA, que Pyongyang condenou veementemente, alertando para "consequências fatais".

"Condenamos veementemente os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] pelas repetidas demonstrações militares imprudentes e provocadoras contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] e outros Estados independentes da região e, mais uma vez, alertamos seriamente para consequências fatais", de acordo com um editorial publicado no domingo pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

As forças armadas dos três países realizaram, entre quinta-feira e sábado, as manobras "Freedom edge" nas águas a sul da ilha sul-coreana de Jeju.

O texto da KCNA de domingo denunciava o acordo entre os líderes dos três países, no verão passado, para a realização dos exercícios, referindo que "fazia lembrar o princípio de defesa coletiva da NATO, no qual é exigida a mobilização das capacidades de defesa se um país-membro for atacado".

Na semana passada, a Coreia do Norte e a Rússia assinaram um novo acordo de parceria estratégica, com uma cláusula de assistência militar mútua em caso de agressão, num pacto que suscitou preocupações quanto à possibilidade de aprofundar a cooperação militar entre os dois Estados.