Mundo

Sky News

Como está a Rússia a financiar o esforço da guerra? Sky News descobriu

A milhas da costa, onde o Mar do Norte se encontra com o Canal da Mancha, avista-se um navio no horizonte. A carga que transporta conta uma história obscura. Uma que nos leva do Oceano Ártico, a norte da Sibéria, às costas da Europa e, eventualmente, às linhas da frente da guerra na Ucrânia.

Loading...

Uma das maiores questões sobre o conflito na Ucrânia é saber como está a Rússia a financiar o esforço de guerra. A televisão britânica Sky News, parceira da SIC, descobriu que há dinheiro europeu e serviços britânicos envolvidos.

A milhas da costa, onde o Mar do Norte se encontra com o Canal da Mancha, avista-se um navio no horizonte. A carga que transporta conta uma história obscura. Uma que nos leva do Oceano Ártico, a norte da Sibéria, às costas da Europa e, eventualmente, às linhas da frente da guerra na Ucrânia.

Esta é a história do que realmente aconteceu depois de a Europa se ter comprometido a pôr fim à sua dependência do gás russo. Porque, afinal, a Europa não está apenas a ajudar a Ucrânia, mas também está a ajudar a financiar Putin.

Vim à Bélgica, ao porto de Zeebrugge, um dos maiores terminais na Europa de gás natural liquefeito, GNL. Venho atrás da história da energia da qual ninguém quer falar.

Embora a quantidade de gás russo a chegar pelos gasodutos tenha diminuído, a quantidade de gás que chega em navios de transporte de GNL aumentou. E muito.

Aquele navio estava na Sibéria, há sete dias, e vai a caminho de Zeebrugge carregado de gás natural liquefeito para o mercado europeu. Tem um seguro feito por uma empresa britânica.

A Grã-Bretanha proibiu estes carregamentos, mas o Reino Unido também faz parte disto, por outra razão.

Por outras palavras, é graças aos financeiros britânicos que Putin consegue continuar a enviar gás russo para a Europa, ganhando milhares de milhões de euros para o seu esforço de guerra.

Na Costa, em Dunquerque, está outro navio e a história é idêntica. Dinheiro europeu e serviços britânicos facilitam o fluxo contínuo dos hidrocarbonetos russos.

Embora a Grã-Bretanha tenha proibido navios com ligações russas de atracar nas nossas costas, este país é ainda uma peça importante da máquina que os mantém a funcionar.

A Europa continuar a importar o gás russo em navios detidos e cobertos por empresas britânicas, pagando ao regime de Putin milhares de milhões de euros.

A Rússia está constantemente a bombardear a Ucrânia com armas pagas, em parte, com os lucros do gás, mas como a alternativa é o risco de outro choque no preço da energia, há pouca vontade de pôr fim a este negócio sombrio.