Parte da sociedade francesa teme que o país caia na ingovernabilidade depois da segunda volta das legislativas de domingo. Mas, para já, a prioridade dos apoiantes do presidente Macron é impedir uma maioria absoluta da extrema-direita.
À saída do ultimo Conselho de Ministros do Governo do partido liberal do Presidente francês, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, deixa claro que tem uma missão em mãos: "Fazer tudo para que a extrema-dirieta não tenha maioria absoluta".
Se o objetivo for alcançado, só com a Esquerda poderá haver Governo. E o ex-presidente socialista François Hollande, candidato a deputado, parece começar a prepará-la.
No entanto, o partido França Insubmissa, da esquerda radical, que é o maior da coligação, pode bloquear uma solução que vá até ao centro-direita.
França é atualmente um país altamente polarizada e os cidadãos temem que se torne ingovernável. A preocupação é notória, até porque nos quiosques o caos político é anunciado.
"Vamos chegar a um cenário de greves sem parar e um bloqueio absolutamente total do nosso país. Nós estamos a ir pelo mau caminho", diz um vendedor.
Violência deixou marcas (e prejuízos)
E na Avenida Dos Campos Elísios não há boa memoria de tensão social, que durante os coletes amarelos levou a avultados prejuízos.
“O meu quiosque ardeu completamente. Assistimos a uma violência ligada à política na nossa sociedade que não representa as ideias de fraternidade e liberdade num país democrático”, afirma o mesmo comerciante.
Por agora, os protestos contra a extrema-direita continuam pontualmente. As autoridades estão em alerta máximo, com receio de violência após o resultado das eleições.