O novo primeiro-ministro do Reino Unido começou tarde na política. Tem 62 anos e uma carreira ligada à justiça, como procurador-geral de Inglaterra e País de Gales. Votou contra a saída do Reino Unido da União Europeia, mas garante agora que não vai reabrir o processo.
À frente nas sondagens, o líder trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, começou tarde na politica, mas vai agora ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Discreto, calculista e com pouco carisma, são algumas das características menos positivas que têm sido apontadas ao líder dos trabalhistas, mas só com o tempo é que se virá a saber se Keir Starmer prosperou por mérito próprio ou demérito do adversário.
Keir Starmer nasceu em Londres, mas cresceu num subúrbio a sul da capital, no seio de uma família com clara orientação política de esquerda. A mãe enfermeira, o pai um operário especializado. O proprio Keir fez parte da juventude partidária desde os 16 anos e foi o primeiro na família a tirar um curso superior, o de direito.
Durante anos, desempenhou cargo de advogado ligado, sobretudo, aos direitos humanos e aos poucos foi ascendendo na hierarquia até chegar a procurador, Ser nomeado conselheiro da rainha e ostentar o título de sir, que raramente usa.
Chegou ao Parlamento no consulado de Ed Milliband. Foi ministro-sombra do anterior líder, conotado mais à esquerda, Jeremy Corbyn, e acabou por lhe suceder no cargo, depois de um desastre eleitoral dos trabalhistas contra Boris Johnson, em plena pandemia.
Por pouco, Keir Starmer não foi obrigado apresentar a demissão perante maus resultados eleitorais e a popularidade do adversário, mas a sucessão de escândalos junto dos governos conservadores, com a saída de Johnson e a ascensão e queda de Liz Truss, mostraram a luz ao fundo de um túnel de mais de 14 anos de um partido trabalhista arredado do poder.
Nos anos em que tem estado à frente dos trabalhistas, Starmer dirigiu o partido com foco, disciplina, e em direção ao centro político, apontado com o lugar onde se ganham eleições com promessas de crescimento económico, sem pôr em causa o Brexit, ao mesmo tempo que defende maior investimento público no Serviço Nacional de Saúde britânico e em projetos verdes que acelerem a transição energética do Reino Unido.