Uma imagem resume o momento de um país. A idade de Joe Biden é uma preocupação cada vez maior, sobretudo depois do desastre no debate com Donald Trump. A capa da revista "Economist" mostra o sentimento dominante. Um andarilho com o habitual selo que aparece nos púlpitos presidenciais e a frase "isto não é maneira de governar um país". Biden já não evita o tema e diz agora que reduziu a quantidade de trabalho para poder deitar-se mais cedo.
Para tentar travar a onda de críticas e mostrar que está capaz de se recandidatar, Joe Biden dá, esta sexta-feira, uma entrevista a um dos maiores canais de televisão norte-americanos.
A entrevista vai ser vista e analisada à lupa por comentadores, jornalistas, apoiantes e adversários e, sobretudo, pela opinião pública dos Estados Unidos.
Biden quer mostrar que está apto. Mas aumentam as vozes que defendem que se deve afastar e permitir a candidatura à Casa Branca de alguém mais jovem.
As capas e os editoriais de alguns jornais e revistas não podiam ser mais claras. Para a The Economist, esta não é a forma de se governar um país.
Há quem diga que Joe Biden devia dar o lugar à vice-presidente Kamala Harris ou, até mesmo, à antiga primeira-dama, Michelle Obama.
Alguns importantes patrocinadores da campanha já estão a retirar milhões de dólares em apoios. Muitos outros ameaçam seguir o mesmo caminho.
Entretanto, os colaboradores mais próximos dizem que está tudo bem com o chefe de Estado e que talvez haja apenas algum cansaço acumulado. E que, para tentar contornar esse problema, Biden decidiu reduzir a quantidade de trabalho durante a noite e ir dormir mais cedo.
As sondagens mais recentes dão uma vantagem de 6% a Donald Trump nas eleições presidenciais de 5 de novembro.