Os franceses estão hoje a escolher um novo governo. Na segunda volta das legislativas a grande questão é saber se a extrema-direita alcança ou não a maioria absoluta. Os partidos e movimentos do centro e das esquerdas concertaram estratégias para travar o avanço da União Nacional. Os dados disponíveis até ao meio dia mostram a maior taxa de participação depois de 1981.
As assembleias abriram às 8:00, eram 7:00 em Lisboa. Uma semana depois, os franceses regressam aos votos - já que na primeira volta nenhum partido ou movimento alcançou maioria absoluta.
Na segunda tentativa, hoje, isso não será preciso: quem ganhar forma governo, sejam quais forem as percentagens.
O primeiro-ministro francês foi um dos primeiros a votar. Gabriel Attal tem chefiado o governo de Emmanuel Macron, desde o início do ano.
Há uma semana, na primeira volta, o "Juntos pela República" que apoia o Presidente não chegou aos 21%: ficou em terceiro lugar.
Attal sabe, por isso, que hoje deve estar de saída. E que a extrema direita pode - pela primeira vez - formar governo em França. Porque a união nacional, liderada por Marine Le Pen, foi a força mais votada na primeira volta: teve 33%... E se repetir a proeza, o próximo primeiro-ministro deve ser Jordan Bardella.
Esse é, no entanto, um cenário que toda a oposição tenta afastar. O Presidente Macron, que também votou em Paris, antecipou as legislativas, na sequência dos resultados das eleições europeias, mas talvez não imaginasse ter que se concertar com a esquerda e retirar candidatos, tentando uma concentração de votos, contra a União Nacional.
De acordo com as últimas sondagens, é difícil que mesmo assim a "Nova Frente Popular" possa alcançar a vitória. O bloco dominado pela extrema esquerda da "França insubmissa", teve na primeira volta quase 28%. Ficou em segundo lugar, mas é pouco provável que este domingo consiga passar para a frente.
Se se concretizarem as previsões, nenhum partido vai alcançar maioria absoluta. Mesmo que desça, a União Nacional deve ganhar estas eleições. O que significa que França terá um dos governos mais instáveis de sempre, liderado pela primeira vez pela extrema-direita.