O governo de Kiev e a própria Organização das Nações Unidas (ONU) desmentem a alegação do Kremlin e garantem que há um responsável claro pelo ataque ao maior hospital pediátrico da Ucrânia.
O ataque interrompeu uma cirurgia de coração aberto; arrasou a ala onde estavam doentes renais e voltou a deixar uma cidade inteira de luto.
O governo de Kiev diz ter retirado dos escombros fragmentos de um míssil que garante ser de fabrico russo.
Já o Kremlin desmente e assegura que o hospital foi atingido pelo sistema de defesa da Ucrânia.
“A análise das imagens de vídeo e a avaliação feita no local do incidente indicam uma grande probabilidade de o hospital pediátrico ter sido atingido diretamente e não que tenha sofrido danos devido ao sistema de defesa”, declarou Danielle Bell, do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
Também o próprio secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “condenou fortemente” aquele que classificou como “um ataque da Federação Russa que atingiu zonas residenciais e civis”.
Além do hospital pediátrico, a onda de ataques desta segunda-feira provocou dezenas de vítimas em toda a Ucrânia. Entre os alvos esteve também uma clínica de fertilidade em Kiev, um bombardeamento que vitimou mortalmente cinco trabalhadores da clínica e dois pacientes.
O governo russo insiste que não ataca a população civil, mas, esta terça-feira, foi obrigado a ouvir um comentário inesperado de um dos principais aliados.
“A visão de crianças inocentes a morrer despedaça-nos o coração e essa dor é dilacerante”, disse Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, ao presidente russo, Vladimir Putin, durante uma visita.
Putin assistiu ainda, esta terça-feira, a partir do Kremlin, a mais um ataque com drones da Ucrânia. A ação teve como alvos uma refinaria, uma base militar e uma subestação elétrica no Sul da Rússia.