Há quem esteja a tentar impedir que a próxima edição do festival Eurovisão da Canção aconteça na Suíça. Os opositores acusam o festival de ser um “evento de propaganda” que celebra “o satanismo e o ocultismo”.
A Suíça ganhou o festival este ano - com a canção “The Code”, interpretada por Nemo (o primeiro artista não-binário a vencer a competição) - e, por tradição, é o país vencedor a organizar a próxima edição da Eurovisão. No entanto, um partido conservador cristão garante que vai usar todos os mecanismos democráticos que têm à disposição para que o festival não aconteça em território suíço.
A estratégia passará por forçar referendos orçamentais nas cidades suíças que poderão ser anfitriãs do evento (até ao momento, Zurique, Genebra, Berna e Basileia foram aquelas que apresentaram candidaturas para receberem o espetáculo).
O partido conservador cristão em causa é a União Democrática Federal da Suíça, que promete fazer uso da lei do país e referendar os pedidos de empréstimo das cidades candidatas para a organização da Eurovisão, para tentar que o evento não se realize. Apesar de este ser um partido com pequena representação, a ideia pode receber o apoio de outras forças políticas de maior dimensão, como o Partido Popular Suíço.
“O Festival Eurovisão da Canção é um ato de propaganda horrível”, defendeu o partido conservador, citado pelo jornal The Guardian. “Um país que oferece palco a lixo tão nojento como esse não eleva a própria imagem e apenas demonstra declínio intelectual.”
Um responsável político do partido foi ainda mais longe e afirmou mesmo, em declarações à SRF, rádio e televisão suíça, que a Eurovisão é “uma celebração ou, pelo menos, a tolerância do satanismo e do ocultismo”.
A serem aprovados, estes referendos não poderão acontecer antes de novembro. No entanto, de acordo com o The Guardian, a escolha da cidade anfitriã da Eurovisão deverá acontecer até ao final do próximo mês de agosto.