Não há lugares considerados seguros para os palestinianos que ainda resistem em Gaza. As condições de vida precárias estão a fazer disparar a propagação de doenças infecciosas.
Basel tinha uma vida construída, mas agora tudo se resume à roupa que tem no corpo e a um colchão. Quem caminha pelos restos do campo de refugiados de Jabalyia, no Norte de Gaza, foi quem se recusou a fugir para o Sul, depois de meses de ataques aéreos e de batalhas de rua.
Porque o exército de Israel dizia ter provas de que havia agentes do Hamas escondidos por aqui, este campo de refugiados tornou-se num dos locais mais arrasados de Gaza.
Os relatos são de que não haverá um único edifício que não tenha ficado parcialmente ou totalmente destruído.
Os palestinianos que resistem dormem ao relento ou vivem em tendas protegidas pelos frágeis escombros.
Não muito longe, num outro bairro na cidade de Gaza, houve dezenas que arriscaram voltar, para ver se tinha sobrado alguma coisa do que construíram.
Os palestinianos veem-se cada vez mais encurralados, dizem que em Gaza não há lugares seguros. Mesmo assim, há quem prefira ficar onde cresceu e viveu.
As condições em que vivem são tão precárias que a Al Jazeera, que cita um organismo de Gaza, diz que há mais de 70 mil pessoas com hepatite e que mais de 1,7 milhões contraíram doenças infecciosas.
Organizações humanitárias internacionais relatam que Gaza é uma tragédia a céu aberto e que a incerteza é tão grande que há pais a tatuar nos filhos os próprios nomes, para que possam ser identificados se morrerem.