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Análise

"JD Vance representa uma nova geração republicana no Midwest claramente trumpista"

O comentador da SIC Germano Almeida explica quem é o escolhido por Donald Trump para vice-presidente dos EUA e sublinha o "lado quase irónico" do atentado a Trump que desviou as atenções da questão da idade de Joe Biden.

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JD Vance é a escolha de Donald Trump para a vice-presidência. A expectativa é de que reforce o voto no Partido Republicano em estados decisivos, como o Ohio onde é senador. Nos últimos dias, Joe Biden tem sido pressionado a desistir da corrida à Casa Branca. Germano Almeida considera que o atentado a Donald Trump desviou as atenções da questão da idade.

A tentativa de assassinato do sábado passado dá mais força a Trump dentro do partido e "torna a Convenção Republicana não numa reunião normal de um partido diverso e um grande partido nacional como o Partido Republicano, mas uma espécie de culto em torno do grande líder que sobreviveu quase por intervenção divina ao atentado. Portanto, há aqui um lado messiânico em torno de Donald Trump a partir de agora".

A escolha do candidato a Vice Presidente

Joe Biden qualificou JD Vance, a escolha do candidato republicano para vice-presidente na corrida à Casa Branca, como "clone de Trump".

O senador do Ohio "tem exatamente metade da idade de Trump, tem 39, Trump tem 78, e certamente que a juventude de JD Vance foi um fator porque vale eleitoralmente numa corrida de dois velhos".

"JD Vance vem de um Estado importante eleitoralmente, o Ohio que era um Estado decisivo, competitivo até há 8 anos e que nos últimos 8 anos se tornou claramente republicano pela via trumpista . JD Vance representa uma nova geração republicana no Midwest claramente trumpista (...) Trump quer com JD Vance recuperar esse voto branco no Midwest".

Pressão sobre Biden para desistir da corrida à Casa Branca

Novas declarações de Joe Biden a justificar o porquê de continuar na corrida e a garantir que a idade não é um problema, continua a tentar convencer o Partido Democrata de que não será necessária a substituição e que ele continua forte nesta corrida.

"É o lado quase irónico do que aconteceu no sábado, ou seja, sem o atentado a Trump, estaríamos esta semana em total modo de emergência no Partido Democrata, com claramente a decisão sobre vai ou não haver uma via a tentar convencer Biden a reconsiderar. Neste momento, não me parece que a questão se coloque. Aliás, o sinal de Kamala Harris a desafiar JD Vance para um debate dos vices mostra que ela assume que será a candidata a vice. Ora, se vai ser candidata a vice é porque Biden se manterá como candidato a Presidente".