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Zelensky vai discursar em conselho de ministros extraordinário em Londres

O Presidente ucraniano vai transmitir aos membros do novo Governo de Keir Starmer os últimos progressos na linha da frente.

Zelensky vai discursar em conselho de ministros extraordinário em Londres
Jacob King

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vai participar na sexta-feira num conselho de ministros extraordinário em Londres, onde vai transmitir aos membros do novo governo de Keir Starmer os últimos progressos na linha da frente, adiantou Downing Street.

O líder ucraniano, que luta contra a Rússia há mais de dois anos, será o primeiro líder estrangeiro a dirigir-se pessoalmente aos ministros britânicos desde 1997, quando o primeiro-ministro trabalhista, Tony Blair, convidou o Presidente norte-americano Bill Clinton.

"A Ucrânia está e estará sempre no centro das prioridades deste governo, pelo que é inteiramente apropriado que o Presidente Zelensky faça um discurso histórico ao meu gabinete", vincou Keir Starmer, citado num comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro (Downing Street).

Espera-se também que os dois líderes assinem um tratado que visa reforçar as capacidades industriais de defesa do Reino Unido e da Ucrânia e aumentar a produção de equipamento militar e armamento.

Este tratado deverá permitir à Ucrânia aceder a financiamento de 3,5 mil milhões de libras (4,6 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para apoiar as suas Forças Armadas e permitir que as empresas de defesa de ambos os países invistam para inovar e reforçar as suas capacidades militares.

Os avanços da Rússia no campo de batalha "não são nada comparados com o apoio internacional coletivo à Ucrânia ou com a força dos laços entre os nossos povos", sublinhou Starmer.

Segundo Downing Street, o Reino Unido apelou quinta-feira aos 44 países europeus e à União Europeia, cujos representantes estiveram reunidos em Blenheim (noroeste de Londres) para a cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), a "trabalharem juntos" para melhor lutar contra a "frota fantasma" russa.

"Juntamente com os nossos parceiros europeus, enviámos uma mensagem clara àqueles que permitem que [Vladimir] Putin escape às sanções: não permitiremos que a frota fantasma da Rússia e o dinheiro sujo que ela gera circulem livremente nas águas europeias, colocando a nossa segurança em risco", vincou Starmer.

Composta por cerca de 600 navios, esta frota transporta cerca de 1,7 milhões de barris de petróleo por dia e, segundo Londres, é utilizada para contornar as restrições ocidentais decididas desde a invasão da Ucrânia.

O Reino Unido anunciou também sanções contra os navios-tanque utilizados para transportar 'ouro negro' russo.

A quarta cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), concluída esta quinta-feira à noite, permitiu aos europeus cerrar fileiras em torno da Ucrânia, face à incerteza colocada por um possível regresso de Donald Trump à Casa Branca dentro de alguns meses.