Mundo

Análise

"A corrida à Casa Branca está relançada"

Germano Almeida, comentador da SIC, considera que Kamala Harris "está a conseguir energizar" o Partido Democrata "fazendo melhor uma oposição" a Trump. Refere também a visita de Netanyahu aos EUA e a estreia de Portugal numa cimeira do G20.

Loading...

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, já está em campanha. Embora ainda não tenha sido oficialmente confirmada como candidata dos democratas à Casa Branca, Kamala Harris já reuniu um número elevado de apoios, incluindo cerca de 100 milhões de dólares para a sua campanha.

"A corrida à Casa Branca está relançada. Em dois dias, Kamala Harris passou para a frente do voto popular, numa total mudança da dinâmica até à desistência de Joe Biden. Ontem, no Wisconsin, faz um comício em que mostra que arranca em grande, com profissionalismo, com foco, gerando entusiasmo, fazendo uma oposição clara entre o que ela considera duas visões para a América: quer uma América com menos controlo sobre o corpo das mulheres e mais controlo sobre o acesso às armas e diz que, com Donald Trump, é uma América de ódio, divisão e medo, e ela quer uma América de liberdade, Estado de direito e compaixão, portanto, ajudou a lançar os temas, a energizar a base democrata e isso explica o aumento rápido dos democratas nas sondagens. É porque eles não estavam mobilizados com Joe Biden".

O candidato republicano Donald Trump apresentou uma queixa contra Kamala Harris por apropriação indevida dos fundos que seriam destinados à campanha presidencial de Joe Biden.

"Acho que há algum fundamento ou pode haver algum fundamento na queixa que a candidatura de Trump faz à Comissão Eleitoral relativamente à legalidade da rapidez com que os fundos passaram de Biden para Harris. Não quer dizer que isso vá impedir a candidatura de Kamala, mas vamos ver se isso tem algum tipo de fundamento para seguir".
"Do ponto de vista político, Kamala está a conseguir aquilo que precisava neste momento, que é energizar a base, fazendo melhor uma oposição".

Benjamin Netanyahu discursa no Congresso norte-americano

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visita os Estados Unidos da América, uma visita marcada por vários encontros, incluindo Kamala Harris, Joe Biden, Donald Trump.

"O tema Israel é um tema potencialmente explosivo para os democratas mais do que para os republicanos e, portanto, eu acho que neste momento essa visita faz com que haja mais a perder para o campo democrata do que no campo republicano".

O facto de Netanyahu falar no Congresso, ser recebido pelo Presidente Biden e encontrar-se com os dois candidatos Trump e Kamala "mostra que, seja qual for a situação, Israel será sempre um aliado dos Estados Unidos e será um tema fundamental tanto para democratas como para republicanos".

A estreia de Portugal numa cimeira do G20

Portugal participa esta quarta-feira pela primeira vez numa cimeira do G20. De partida para a sessão de abertura, no Rio de Janeiro, Paulo Rangel agradeceu o convite do Brasil e elogiou o contributo de Joe Biden para as relações entre os Estados Unidos e a Europa.

"Há um interesse, uma curiosidade, uma preocupação por parte dos 20 países mais industrializados relativamente ao que se passará nos Estados Unidos, mas também é relevante que a questão não se esgota aí a agenda da reunião no Brasil não é essa. O Presidente Lula e com a Presidência rotativa brasileira e pôs na agenda questões como o combate à fome no mundo, a taxação dos super ricos, a preocupação com a resiliência hídrica".