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Nicolás Maduro pede ao Supremo Tribunal da Venezuela que certifique resultados eleitorais

O Presidente da Venezuela mostrou-se favorável à divulgação das atas eleitorais e revelou estar à disposição de ser convocado, interrogado, investigado e submetido à justiça. Numa altura em que a tensão é cada vez maior no país, Nicolás Maduro mantém o braço-de-ferro com a oposição que diz ter as atas que comprovam a vitória de Edmundo González.

Nicolás Maduro pede ao Supremo Tribunal da Venezuela que certifique resultados eleitorais
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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu esta quarta-feira ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país que certifique os resultados das eleições presidenciais de domingo, contestados pela oposição e não reconhecidos por parte da comunidade internacional.

"Que o Gabinete Eleitoral (um dos seis gabinetes que compõem o STJ) se reúna para resolver este ataque ao processo eleitoral e esclareça tudo o que houver que esclarecer", disse.

Maduro falava aos jornalistas em Caracas, à saída do STJ, após apresentar o pedido em resposta às denúncias de fraude avançadas pela oposição.

Maduro mostra-se favorável à divulgação das atas

Sem divulgar o conteúdo do recurso, Maduro afirmou que o Governo e o Partido Socialista Unido da Venezuela estão prontos para divulgar todas as atas eleitorais e acusou a oposição interna, com a ajuda de opositores asilados no estrangeiro, de tentar "um golpe de Estado contra o governo, utilizando o processo eleitoral".

"Perante a guerra psicológica nas redes sociais e na imprensa, peço ao TSJ que se reúna e convoque, como é da sua competência, todas as instituições, o Poder Eleitoral, o Poder Executivo, o Poder Moral, o Ministério Público, e todos os candidatos presidenciais, os 38 partidos, e faça um levantamento completo do que foi este ataque", disse.
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Maduro pediu ainda que os resultados eleitorais sejam certificados "com um parecer de peritos do mais alto nível técnico" e explicou estar na disposição de ser convocado, interrogado, investigado e submetido à justiça.

Sobre a divulgação das atas que sustentam os resultados do CNE, pedida por vários países, Maduro disse no mesmo dia estar "disponível" para o fazer.

"Eu disse, enquanto dirigente político, filho do comandante (Hugo) Chávez, que o Grande Pólo Patriótico, o Partido Socialista Unificado da Venezuela, está pronto a apresentar 100% dos resultados", afirmou.

Protestos assombram a Venezuela desde as eleições

A Venezuela regista desde segunda-feira protestos em várias regiões do país contra os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A mesma entidade proclamou oficialmente, na segunda-feira, Nicolás Maduro como Presidente para o período 2025-2031.

De acordo com os dados oficiais do CNE, Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,2% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), indicou o CNE.

A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais, com 70% dos votos para González.

Com Lusa