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Sede da oposição venezuelana invadida por grupo armado

A sede do partido Vente, liderado por Corina Machado, foi alvo de uma invasão na madrugada desta sexta-feira. Ao todo, foram seis os encapuzados que armados, ameaçaram os seguranças, roubaram equipamento informático e documentos.

María Corina Machado e Edmundo González Urrutia
María Corina Machado e Edmundo González Urrutia
Cristian Hernandez

Um grupo de encapuzados armados invadiu, na madrugada desta sexta-feira, a sede da oposição venezuelana em Caracas. Nas redes sociais, o Vente, partido liderado por Corina Machado, partilhou imagens que mostram os estragos feitos no interior do edifício.

“Denunciamos o ataque e a insegurança a que estamos sujeitos por razões políticas e alertamos o mundo para a proteção dos nossos membros”, pode ler-se numa publicação partilhada na rede social X.

Também Edmundo González Urrutia, cabeça de lista do partido, recorreu às redes sociais e condenou o ataque, dizendo que "aumenta a repressão contra o povo venezuelano que se expressou nas urnas a 28 de julho e a perseguição das nossas equipas. A verdade é o caminho para a paz.”

Ao todo, foram seis os encapuzados que invadiram a sede. Subjugaram os seguranças, ameaçaram-nos com armas de fogo e roubaram equipamento informático e alguns documentos.

Oposição condena resultados

Corina Machado liderou a campanha da maior coligação da oposição venezuelana que, de acordo com os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais com uma diferença de 704.114 votos.

Num artigo de opinião publicado no The Wall Street Journal, Corina Machado explicou que neste momento está escondida depois de ter sido impedida de desafiar Nicolás Maduro.

“Estou a escrever isto a partir do meu esconderijo, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas da ditadura liderada por Nicolás Maduro. O Sr. Maduro não ganhou as eleições presidenciais venezuelanas de domingo. Perdeu de forma esmagadora para Edmundo González, 67% a 30%. Sei que isto é verdade porque o posso provar. Tenho recibos obtidos diretamente de mais de 80% das assembleias de voto do país”, pode ler-se no artigo.

Depois da divulgação destes resultados, vários países como o Brasil, México e Colômbia, pediram ao Governo da Venezuela que divulgasse os resultados detalhados da votação. Esta sexta-feira, tanto a Argentina como o Uruguai reconheceram a vitória de Edmundo González na Venezuela.

Pelo menos 20 pessoas já morreram em confrontos desde as eleições presidenciais do passado domingo, na Venezuela. A situação parece no entanto ter acalmado enquanto persiste o impasse, e se mantêm as pressões da comunidade internacional.